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Maior atenção da União Europeia para a floresta foi hoje reclamada em Braga

A questão dos fogos, que deixaram de ser vistos como um fenómeno localizado, para passar a ser encarado coma realidade global, tem ajudado ao redobrar das atenções comunitárias para os problemas que se vivem no setor das florestas a nível europeu.  
6 Setembro 2019, 19h59

Uma maior atenção das políticas comunitárias  para o setor das florestas, incluindo a adoção de mais fundos para esta atividade, foi hoje, dia 6 de setembro, reclamada no 69º Congresso da WEI-IEO, Associação Comercial da Indústria Europeia que representa a indústria de madeira tratada, e que decorreu em Braga.

Miguel João de Freitas, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, presidiu à sessão de abertura deste congresso, tendo referido a mudança recente de atitude dos responsáveis de Bruxelas face ao setor das florestas, que tem sido até há pouco tempo considerado um ‘parente pobre’ no setor da agricultura.

A questão dos fogos, que deixaram de ser vistos como um fenómeno localizado, para passar a ser encarado coma realidade global, tem ajudado ao redobrar das atenções comunitárias para os problemas que se vivem no setor das florestas a nível europeu.

Falando para várias centenas de especialistas e de empresários privados do setopr, Miguel João de Freitas sublinhou também a importância da atividade privada para o desenvolvimento da fileira da floresta em Portugal

Este evento, patrocinado pela Carmo Wood, decorreu pela terceira vez em Portugal – a primeira foi em 1972, também com a Carmo Wood como anfitriã -, foi um fórum de discussão de temas como a preservação das florestas e do ambiente, o ordenamento das florestas e o futuro da indústria, entre outras temáticas.

Marcaram presença neste congresso centenas de participantes, oriundos de diversos países, entre os quais os principais agentes e especialistas da indústria.

Para Jorge Milne e Carmo, presidente da Carmo Wood, foi “um privilégio poder trazer, uma vez mais, para Portugal, um dos mais relevantes eventos da indústria e poder contribuir para uma discussão tão importante para os agentes da indústria, mas igualmente para os agentes políticos e económicos, e até para os cidadãos”.

O congresso promoveu “a discussão de temas que têm impacto na economia europeia e nacional, nomeadamente na economia ambiental, em cujo crescimento a madeira desempenha um papel fundamental”, destaca um comunicado da empresa, acrescentando Jorge Milne e Carmo que esta é uma tendência que se explica pelas “inúmeras possibilidades que esta oferece, quando comparada com outros materiais, quer em termos estéticos, mas principalmente ao nível da durabilidade, resistência (ao fogo), segurança, conforto (acústico e térmico), rapidez de construção e, não menos importante, sustentabilidade”.

Segundo esse comunicado, “a madeira é o único material de construção que capta CO2 da natureza, ao contrário do betão, ferro e aço que emitem CO2 para a atmosfera”, “exige pouca energia nos processos transformativos e apresenta um extenso ciclo de vida – com as técnicas de preservação modernas pode superar os 50 anos!”.

“É também facilmente reciclável, sendo que a sua reciclagem resulta em biomassa queimável para gerar energia. Para além disso, é um material forte em termos mecânicos, de grande estética, fácil integração paisagística e resistente ao fogo – facto tão relevante quanto desconhecido”, explica o referido comunicado.

“Explorada de forma racional – proveniente de florestas certificadas e geridas pelo homem no respeito pelos necessários ciclos de renovação – a madeira é uma matéria prima renovável e inesgotável, o que tem motivado um forte investimento económico na mesma. A sua exploração tem vindo a contribuir para ampliar as zonas florestadas em várias regiões da Europa, sendo que na maioria dos países de clima temperado ou frio a área florestal aumenta todos os anos”, acrescenta a Carmo Wood.

A empresa assinala que se orgulha de “estar fundamentalmente inserida na fileira florestal, sendo a matéria-prima com que trabalha proveniente de florestas sustentáveis”, tendo como ambição “dar continuidade ao seu plano de expansão e posicionar-se, a curto prazo, entre as 10 maiores empresas a nível europeu neste segmento”.

“Líder de mercado em vários países e em vários segmentos, a Carmo exporta para mais de 40 países. Com sede em Portugal, Lisboa, a Carmo dispõe de quatro unidades fabris, todas localizadas em território nacional – Pegões, Almeirim e Oliveira de Frades. Em Espanha e em França, a Carmo tem empresas próprias com escritórios em Madrid, Algeciras (Espanha) e Bordéus (França)”, reclama o referido copmunicado.

O Grupo Carmo iniciou a sua atividade industrial em 1980, mas a ligação ao setor dos produtos químicos é anterior a 1955, ano em que é fundada a Anglo Portuguesa de Produtos Químicos, S. A., empresa pioneira no desenvolvimento do tratamento industrial de madeiras, quer em Portugal continental e ilhas, quer em países africanos de língua oficial portuguesa como fornecedores de produtos químicos e ‘know-how’.

“A sua atividade industrial teve início com a produção de madeiras redondas, tratadas em autoclave, para agricultura, linhas de eletricidade e telecomunicação, mas depressa se alargou a produtos como parques infantis, mobiliário em madeira rústico e urbano e ainda ‘decks’ em madeira. Mais recentemente, a engenharia com base nas estruturas de madeira lamelada colada e maciça permitiu ampliar a oferta da Carmo a casas para habitação, escritórios, grandes estruturas de cobertura, pontes e uma infindável oferta de soluções em madeira, conquistando diferentes prémios e distinções em todas estas áreas”, destaca o comunicado da empresa.

A Carmo Wood conta atualmente com cerca de 350 trabalhadores, diretos e indiretos.

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