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Maior partido no parlamento de Timor-Leste diz que nova coligação vai levar país a eleições

O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) disse que a “coligação foi formatada para criar nova crise institucional para irmos para eleições antecipadas”.
  • António Dasiparu / Lusa
22 Fevereiro 2020, 12h32

O secretário-geral do maior partido no parlamento timorense defendeu que a nova coligação anunciada pelo ex-Presidente Xanana Gusmão vai criar uma nova crise institucional para forçar a realização de eleições antecipadas.

“Esta coligação foi formatada para criar nova crise institucional para irmos para eleições antecipadas”, disse à Lusa o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri.

“Estou a achar piada ao teatro que Xanana Gusmão organizou hoje de manhã”, considerou o responsável, na sequência do anúncio do líder do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), Xanana Gusmão, da formação de uma nova maioria parlamentar para apoiar a formação de um novo Governo em Timor-Leste.

“Para ultrapassar o impasse, os partidos falaram. Estamos prontos para avançar com uma nova maioria. Temos 34 cadeiras no parlamento e nova maioria”, declarou Xanana Gusmão, em conferência de imprensa.

Além de contar com o apoio dos 21 deputados do CNRT, maior partido da atual coligação do Governo, a nova aliança inclui ainda os cinco deputados do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) e os cinco do Partido Democrático (PD).

Fazem ainda parte da nova coligação, os três deputados dos partidos mais pequenos no parlamento, Partido Unidade e Desenvolvimento Democrático (um deputado), Frente Mudança (um) e União Democrática Timorense (um).

A nova coligação integra 34 dos 65 lugares do parlamento timorense.

De fora ficam apenas a Fretilin, maior partido no parlamento, com 23 deputados, e o Partido Libertação Popular (PLP), do atual primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, com oito lugares.

Xanana Gusmão recusou para já avançar pormenores sobre quando será apresentada a nova coligação ao Presidente de Timor-Leste, ou sobre a questão dos nomes de ministros indigitados, maioritariamente do CNRT, que o chefe de Estado não empossou.

Horas antes do anúncio, Mari Alkatiri tinha afirmado à Lusa estar com “otimismo moderado” sobre a própria Fretilin conseguir uma maioria parlamentar, para a qual contaria com os oito deputados do PLP e mais os três dos partidos mais pequenos.

Questionado sobre esse aspeto, Alkatiri considerou ter havido coações sobre as forças mais pequenas.

“Não tenho dúvidas que houve coação. Por isso estou a dizer que é um teatro. Ele [Xanana Gusmão] sabe as pessoas que estão lá, estão coagidas para estarem lá”, afirmou

“Se eu não contasse com uma relação digna com todos, se fosse pela via que os outros usam, também teria todos eles neste momento comigo”, disse.

Dirigentes do CNRT indicaram à Lusa que a nova coligação deverá ser apresentada na próxima semana ao Presidente timorense.

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