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Maior produtor português de torres eólicas vai fornecer plataformas para projeto ao largo de Viana do Castelo

Produção dos equipamentos já está a decorrer e a entrega das plataformas está prevista para junho de 2019″. O valor do contrato não foi revelado.
3 Agosto 2018, 18h54

A ASM Industries, que reclama ser o maior produtor português de torres eólicas e fundações ‘offshore’, foi contratada para fornecer os equipamentos para o projeto de produção de energia eólica ao largo de Viana do Castelo, o projeto Wind Float Atlântico, da responsabilidade do consórcio Windplus.

ASM Industries “foi a empresa escolhida para fabricar e fornecer duas plataformas completas para o novo parque eólico offshore em Viana do Castelo, no âmbito do projeto WindFloat Atlântico”, revela um comunicado da empresa metalomecânica.

De acordo com este documento, “a produção dos equipamentos já está a decorrer e a entrega das plataformas está prevista para junho de 2019”.

O valor do contrato não foi revelado.

“Uma clara vitória da nossa estratégia em querer posicionar a ASM Industries entre os principais fornecedores da Europa de equipamentos metálicos para o setor da Energia, nomeadamente torres eólicas, fundações ‘offshore’ e estruturas marítimas», destaca Adelino Costa Matos, CEO da ASM Industries.

Segundo este responsável, “nesta fase, estamos a investir um total de 40 milhões de euros em duas novas unidades, em Setúbal e Aveiro, para fabricar estruturas ‘offshore’ em série, pois sabemos que é uma área estratégica e com um potencial a explorar”

O consórcio Windplus é detido pela EDP Renováveis, Repsol (Espanha), Egie (França), Mitsubishi (Japão) e Chiyoda (Japão).

O projeto WindFloat Atlântico deverá entrar entrar em operação no verão de 2019, e tem como finalidade o aproveitamento da energia eólica ‘offshore’, através de uma tecnologia inovadora da empresa Principle Power.

Segundo o comunicado da ASM, este projeto será constituído “por três plataformas flutuantes semi-submersíveis e triangulares, onde assenta uma turbina eólica com 8.4 MW (megawatts) de capacidade de produção”.

“Esta tecnologia inovadora permite a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades superiores a 40 metros”, acrescenta o referido comunicado.

«Este é um grande passo para o desenvolvimento do ‘cluster’ das energias oceânicas no nosso País, aposta clara deste governo», afirma Adelino Costa Matos.

No entender do CEO da ASM Industries, “este projeto deve ser encarado como uma oportunidade única de o nosso País ganhar as competências, infraestruturas e ‘know-how’ no fabrico de estruturas para o sector oceânico”.

“O mercado de parques eólicos ‘offshore’ em todo o mundo tem um grande potencial e a tecnologia utilizada no projeto WindFloat Atlântico permite que Portugal possa continuar a ser pioneiro nesta área”, defende este responsável.

Adelino Costa Matos reforça ainda que “este é um contrato importante para a ASM Industries, primeiramente por ser um projeto no nosso País, e por outro uma clara validação da estratégia e dos investimentos industriais da ASM em Portugal”.

“Temos muito orgulho em criar valor no nosso País em projetos inovadores e disruptivos. Ambicionamos faturar 50 milhões de euros 2020 com uma contribuição dos equipamentos ‘offshore’ de 70% e criando 200 postos de trabalho na área. Desde 2014, a empresa tem vindo a crescer a uma média de 20% ao ano, e este ano de 2018 vai alcançar os 100%», salienta o CEO da ASM Industries.

O comunicado da ASM destaca também que “o projeto WindFloat integra a Estratégia Industrial para as Energias Renováveis Oceânicas”.

“Pode ler-se no diploma do Governo a principal finalidade do projeto: “«criar as condições para a emergência de um novo ‘cluster’ industrial exportador, com 1.500 novos empregos diretos»”, adianta po referido comunicado.

Os testes para o projeto WindFloat Atlântico foram realizados durante cinco anos com um protótipo pioneiro de produção de energia eólica assente numa plataforma em pleno mar na Aguçadoura, junto à Póvoa de Varzim.

Segundo a EDP Renováveis, os testes provaram a fiabilidade da solução tecnológica em situações climatéricas adversas, ao resistir a ondas com mais de 17 metros e ventos superiores a 60 nós.

“Único no mundo, o WindFloat gerou e injetou na rede elétrica nacional mais de 17 GWh (gigawatts-hora), o que revela elevados níveis de disponibilidade», adianta a EDP Renováveis.

A ASM Industries é uma sub-holding do Grupo A. Silva Matos, uma estrutura empresarial exclusivamente familiar, e é constituída pelas empresas ASM Energia, ASM Offshore e ASM Marine.

O grupo teve origem em 1980, quando Adelino Silva Matos fundou, com a mulher, Edite da Costa e Silva Matos, a A. Silva Matos Indústria Metalúrgica Lda. (especializada em estruturas de aço inoxidável para as indústrias alimentar, química, farmacêutica, entre outras).

Hoje, a ‘subholding’ ASM Industries é administrada por Adelino Costa Matos, o mais novo dos três filhos do fundador.

Atualmente, o Grupo ASM é constituído por mais de 20 empresas, localizadas em vários países, totalizando cerca de 450 colaboradores e faturando cerca de 50 milhões de euros por ano.

O grupo é constituído por três unidades de negócio/’subholdings’, independentes, criando valor em cada setor de atividade onde estão inseridas.

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