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Maiores petrolíferas mundiais cortam custos e reduzem trabalhadores

A ExxonMobil vai avançar com cortes de custos, enquanto a Chevron pretende reduzir o número dos seus efetivos, apesar das cotações internacionais do petróleo já estarem acima dos 30 dólares por barril, mantendo tendência de subida.
28 Maio 2020, 21h01

O mundo do petróleo e das “supermajors” está em ebulição, apesar das cotações internacionais dos contratos de futuros do petróleo estarem agora em níveis mais confortáveis para os produtores petrolíferos, claramente acima da barreira psicológica dos 30 dólares por barril, tanto no Brent do mar do Norte, como no WTI – West Texas Intermediate. Mesmo assim, os accionistas da maior petrolífera mundial, a ExxonMobil, inviabilizaram a possibilidade de criação do cargo de chairman, independente do CEO, Darren Woods, impedindo que a ExxonMobil criasse um contrapoder interno que a pudesse encaminhar para o sector das energias renováveis. Além disso a ExxonMobil vai avançar com cortes de custos. Ao mesmo tempo, a Chevron admitiu que terá de reduzir o número de funcionários até 15% dos seus efetivos totais.

Com a cotação dos contratos de futuros do Brent para entrega em 20 de agosto a rondar os 36,23 dólares por barril, muito próxima da cotação dos contratos do WTI para entrega em 20 de julho, agora negociados nos 33,84 dólares por barril – valores registados na quinta-feira, 28 de maio, e que em ambos os casos refletiram valorizações face aos anteriores preços de fecho dos mercados –, as petrolíferas começam a ter margem para ganhos, atendendo a que o nível crítico dos preços do petróleo deixa de ser preocupante quando as cotações passam a estar acima dos 30 dólares por barril.

Mesmo assim, a “supermajor” ExxonMobil continua a ser muito pressionada por dois acionistas – a Igreja de Inglaterra e o Legal & General Investment Management – para que a equipa de gestão executiva passe a dar mais atenção aos investimentos com maiores preocupações ambientais, designadamente, em projetos de energias renováveis, no que foram acompanhados pelo maior fundo público de pensões dos EUA, o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia (California Public Employees’ Retirement System), e pelo Fundo de Reformas Comum do Estado de Nova York, comentou ao Jornal Económico uma fonte do sector. No primeiro trimestre de 2020 a ExxonMobil registou a sua primeira perda nos últimos 30 anos.

É por isso que a ExxonMobil deverá avançar com um plano de cortes de 15% nos seus custos operacionais, mas que não passa por despedimentos. Já a Chevron, com sede na Califórnia, admite avançar para um programa de redução do número de efetivos, que pode chegar a 15% dos funcionários, o que equivale a cerca de 6000 pessoas, entre o quadro dos 45 mil efetivos que tem em áreas operativas – excluídos os trabalhadores afetos à sua rede de postos de abastecimento de gasolina. A Chevron deverá reduzir um terço das despesas de capital e tenciona cortar mil milhões de dólares às despesas operacionais, que, aliás, tem sido um tema muito acompanhado pelo seu CEO, Mike Wirth, atendendo a que ele próprio lidera a unidade de corte de custos da Chevron.

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