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Maioria das bombas britânicas sem combustíveis após consumidores entrarem em pânico

O Reino Unido tem enfrentado uma escassez de camionistas devido às regras de entrada aplicadas no país, e os retalhistas já avisaram que o país pode ser confrontado com uma grande crise na cadeia de abastecimento.
27 Setembro 2021, 11h27

O Brexit começa a fazer estragos na já fragilizada economia britânica pela pandemia da Covid-19. Cerca de 90% dos postos de combustível das principais cidades ‘secaram’ depois dos consumidores entrarem em pânico com a falta de abastecimento no país, revela a agência “Reuters” esta segunda-feira, 27 de setembro.

O Reino Unido tem enfrentado uma escassez de camionistas devido às regras de entrada aplicadas no país, e os retalhistas já avisaram que o país pode ser confrontado com uma grande crise na cadeia de abastecimento. Esta falta de camionistas dispostos a transportar produtos para a quinta maior economia mundial está a fazer com que faltem alimentos, combustíveis e outros bens, uma situação que pode levar a sérias interrupções e aumento de preços.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, terá tentado na semana passada chegar a um acordo com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, no que toca a produtos alimentares. Johnson terá também contactado o presidente francês, Emmanuel Macron, para “restabelecer uma cooperação entre França e o Reino Unido”, ainda que a conversa se tenha centrado na crise diplomática relacionada com os submarinos e associada ao pacto AUKUS.

O Governo de Boris Johnson já gastou milhões de libras para evitar a escassez de alimentos, com um abastecimento seguro, devido ao aumento dos preços do gás natural, mas os britânicos parecem não confiar neste abastecimento, tendo realizado uma corrida às bombas de combustíveis e aos supermercados.

“Alguns membros, grandes grupos com um grande portefólio de locais, relatam que 50% estavam sem combustível ao dia de ontem, e outros relataram que até 90% estão secos”, apontou Brian Madderson, presidente da Associação dos Revendedores de Combustível à “Sky News”. “É uma situação bastante aguda. A manhã de segunda-feira vai começar sem combustíveis”.

A empresa BP apontou que um terço dos seus postos ficaram sem os dois principais tipos de combustível. O pânico dos consumidores levou o Governo a suspender as leis da concorrência e permitiu que as empresas do sector trabalhassem em conjunto para evitar a escassez no mercado petrolífero.

Para o Governo, a suspensão destas leis permite que as empresas partilhem informações e coordenem as suas respostas, trabalhando para evitar uma interrupção maior no fornecimento de combustível. “Este acordo permitirá que o Governo trabalhe de forma construtiva com produtores, fornecedores, transportadoras e revendedores de combustíveis para garantir que a interrupção é minimizada”, apontou uma fonte do Ministério dos Negócios britânico, liderado por Kwasi Kwarteng.

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