A generalidade das empresas “ainda não incorpora formalmente” na cultura organizacional e na gestão a esfera familiar, conclui um estudo produzido para a CIP- Confederação Empresarial de Portugal, que será apresentado esta segunda-feira durante a conferência “Desafios à Conciliação Família-Trabalho”.
No estudo “Desafios à conciliação família-trabalho”, desenvolvido pela Nova SBE, que inclui a análise de casos reais de empresas portuguesas que aplicam medidas de conciliação família-trabalho, os economistas concluem são vários os atores que terão um papel importante na promoção desta temática.
Realçam, por exemplo, o papel que os patrões e os sindicatos poderão ter ao colocar não apenas este tema na agenda, mas ao “promover um diálogo menos extremado”, através “da partilha de casos práticos e boas práticas e de identificação de condições necessárias para a sua bem sucedida implementação”.
“Por outro lado, podem ser pensados e definidos, em sede de concertação social, os incentivos às empresas e instituições que promovam a conciliação entre a vida profissional e familiar, designadamente pelo recurso à flexibilidade no horário de trabalho ou ao trabalho a tempo parcial ou a outras medidas de conciliação necessárias e relevantes para a realidade do tecido empresarial português e, valorizadas pelos colaboradores”, acrescentam.
Para uma maior promoção da conciliação entre a esfera profissional e familiar, o estudo refere também a importância do papel do Estado e dos governos: “poderiam acordar na definição e manutenção de uma estratégia nacional para a promoção da maior harmonia e da conciliação família e trabalho, em Portugal”, dizem.
“As iniciativas particulares de alguns agentes podem ser bloqueadas pela não atuação de outros”, referem. Neste sentido, defendem que o Estado pode “reforçar” a temática no seu discurso, destacando o impacto que tem para o desenvolvimento económico e social e a qualidade de vida da sociedade.
Já os empregadores terão um papel fundamental na promoção deste equilíbrio, através da criação de condições de trabalho, identificação e implementação de políticas e medidas de conciliação, assim como no papel da liderança dos gestores. Mas também na adoção e utilização da tecnologia e na criação de condições de igualdade no trabalho para homens e mulheres.
Também os trabalhadores podem ter um papel importante já que ao “ajudarem as organizações a compreender as suas necessidades de conciliação”.
É neste sentido, que o estudo recomenda dez boas práticas para uma maior conciliação entre a vida profissional e familiar:
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