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Mais assertiva e direta, Fed dá sinais de otimismo em relação à economia

Não houve discurso para avaliar, mas os analistas explicam que o comunicado da Reserva Federal norte-americana passou uma mensagem clara: mais assertividade em relação ao futuro.
  • REUTERS/Kevin Lamarque
4 Maio 2017, 07h39

A Reserva Federal norte-americana não surpreendeu e manteve ontem o rumo da política monetária, sem alterações aos estímulos ou à taxa de juro. No entanto, uma coisa saltou à vista dos analistas. O comunicado do banco central dos EUA ganhou um tom mais direto e assertivo.

“Quiseram mandar uma mensagem”, explicou o economista chefe da Jefferies LLC em Nova Iorque, Ward McCarthy, em declarações à Bloomberg. “Um trimestre de crescimento pouco impressionante e um mês de inflação fraca não vão causar alterações no calendário de subidas das taxas de juro em junho e setembro e o início da normalização da folha de balanço em dezembro”.

O crescimento económico dos EUA cresceu a um ritmo mais lento (0,7%) no primeiro trimestre do ano e a inflação global fixou-se em 1,8% em março. O comunicado do Federal Open Market Committee (FOMC), depois da reunião de dois dias de política monetária explicava que a desaceleração do crescimento económico é “transitório” e que, “com ajustes graduais na posição da política monetária”, a atividade económica expanda a um ritmo moderado.

A taxa de juro indicadora, a federal funds rate, manteve-se entre 0,75% e 1%, depois de ter subido 25 pontos base em março. A decisão foi unânime e esperada pelos analistas, sendo que a previsão dos economistas é que mudanças aconteçam só em junho e depois em setembro.

O desemprego caiu para 4,5%, o valor mais baixo em quase 10 anos, mas o crescimento do emprego também desacelerou, fatores discutidos pelos 12 membros do comité.

“Para determinar o calendário e o tamanho dos futuros ajustes ao intervalo-alvo para os federal funds rate, o Comité vai avaliar as condições económicas realizadas e esperadas em relação aos objetivo de pleno emprego e inflação a 2%. A informação recebida desde a reunião do FOMC de março indicam que o mercado de trabalho continuou a fortalecer mesmo com o abrandamento do crescimento da atividade económica”, referiu o FOMC.

A política acomodatícia de reinvestimento dos juros referentes ao antigo programa de compra de ativos também não sofreu alterações. A justificação para manter os estímulos foi a necessidade de apoiar as condições no mercado de trabalho e um regresso sustentado da inflação em 2%.

“O comunicado passa uma mensagem muito clara que a Fed não leva uma desaceleração do crescimento económico no primeiro trimestre a sério”, concordou o economista-chefe da Pantheon Macroeconomics Ltd., Ian Shepherdson.

As minutas da reunião, documento que dá mais pormenores sobre o que foi discutido na reunião e as diferentes posições defendidas pelos 12 membros do comité, serão divulgadas a 24 de maio. A próxima reunião do FOMC acontece entre 13 e 14 de junho, altura em que a presidente da Fed, Janet Yellen, irá discursar.

 

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