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Mais de 10 milhões de medicamentos ilícitos apreendidos durante operação internacional

Operação internacional PANGEA XI abrangeu 116 países de vários continentes como o objectivo de combate aos medicamentos falsificados, entre os quais anti-inflamatórios, edicamentos para a dor, para a disfunção erétil, esteroides anabolizante. O Infarmed alerta para os perigos associados à compra destes medicamentos através da internet. Foram detidas 859 pessoas.
  • Foto cedida
23 Outubro 2018, 14h34

A Operação PANGEA XI culminou com a detenção de 859 indivíduos e com a apreensão, em todo o mundo, de mais de 10 milhões de unidades de medicamentos falsificados, potencialmente letais e com um valor superior a 12 milhões de euros, revelou nesta terça-feira, 23 de outubro, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). Ação impediu a entrada em Portugal de 8.886 unidades de medicamentos ilegais com um valor superior a 23 mil euros.

A Operação PANGEA XI, realizada ente 9 e 16 de outubro, contou com a participação de agências de polícia, das alfândegas e das autoridades reguladoras de saúde e de medicamentos, segundo o comunicado conjunto do Infarmed, Autoridade Tributária (AT) e do SNS que dá conta que entre os medicamentos contrafeitos e ilegais “destacam-se largamente os medicamentos anti-inflamatórios, seguidos de medicamentos para a dor, para a disfunção erétil, esteroides anabolizantes, entre outros”.

A indústria farmacêutica, assim como outras entidades privadas e empresas de pagamento via internet, também apoiaram a operaçãodedicada ao combate aos medicamentos falsificados e ao alerta para os perigos associados à compra destes medicamentos através da internet. Desta ação resultaram 838 investigações, tendo sido interrompida a atividade de 33 grupos de crime organizado.

O Infarmed avança também que foram ainda monitorizados 16.218 links na internet, tendo sido desligados 3.671. Destes, 2.688 eram websites e 983 eram de páginas em redes sociais com promoção de produtos farmacêuticos ilícitos, encontrando-se em processo de encerramento 1.319 links.

“Durante a operação deste ano verificou-se um aumento significativo da utilização de websites e de páginas de redes sociais para a venda de medicamentos ilegais, embora o número de websites encerrados seja similar ao ano anterior”, realça o regulador do sector em comunicado.

Entre os medicamentos contrafeitos e ilegais, destacam-se largamente os medicamentos anti-inflamatórios, seguidos de medicamentos para a dor e para a disfunção erétil, esteroides anabolizantes, entre outros.

“Em comparação com a operação realizada no ano passado, o número de detenções quase duplicou e os mandatos de captura quase triplicaram”, salienta o Infarmed, dando conta que aoperação deste ano teve como alvo algumas das principais áreas exploradas pelo crime organizado no tráfico ilegal de medicamentos online, como o registo de domínios ilegais, serviços de pagamento eletrónico e sistemas e serviços de entrega postal.

A Operação PANGEA XI foi coordenada pela INTERPOL, em conjunto com a Organização Mundial das Alfândegas (OMA), o Permanent Forum of International Pharmaceutical Crime (PFIPC), Heads of Medicines Agencies Working Group of Enforcement Officers (WGEO).

 

Mais de 8.800 medicamentos ilegais impedidos de entrar em Portugal

A nível nacional, a AT e o Infarmed associaram-se a esta iniciativa através de uma operação conjunta no terreno para deteção da entrada de potenciais medicamentos falsificados, contrafeitos ou ilegais.

Nas ações desenvolvidas pelas entidades portuguesas, foram controladas 3.881 encomendas, das quais 130 foram apreendidas durante a semana em que decorreu a operação. Através do conjunto de encomendas apreendidas foi possível impedir a entrada em Portugal de 8.886 unidades de medicamentos ilegais com um valor superior a 23 mil euros.

No comunicado, as autoridades nacionais deixam um alerta: “apesar de a AT e do Infarmed continuarem a participar ativamente nesta e noutras ações de sensibilização para este problema, os portugueses continuam a correr riscos e a comprometer gravemente a sua saúde ao adquirirem medicamentos pela internet em websites não autorizados”.

Em comunicado, o Infarmed conclui que a participação na operação PANGEA XI e a colaboração entre as entidades envolvidas em Portugal (AT e Infarmed), demonstra que é necessário dar continuidade aos alertas públicos e às ações de cooperação, a nível nacional e internacional, para combater estas situações ilícitas, tendo em vista a proteção da saúde pública.

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