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Mais de metade das organizações sociais em Portugal continua a registar quebras de receitas devido à Covid-19

Apenas 10% das organizações questionadas afirma estar a observar um aumento de receitas, indicando que 65% desta retoma deriva de receitas de produtos e serviços já existentes antes da pandemia da Covid-19 (65%).
19 Outubro 2020, 10h22

As receitas de mais de metade das organizações sociais em Portugal continuam em queda devido à pandemia da Covid-19.

Deste universo de 55% das organizações que continua a observar uma diminuição das suas receitas, 37% explica que esta quebra se deve à redução dos donativos, 28% pela redução dos seus produtos ou serviços apesar da retoma da atividade, 17% afirma ainda não ter retomado a atividade e 4% aponta ainda a perda de acesso a fundos públicos ou privados como a principal razão.

Os dados indicam ainda que, em sentido inverso, apenas 10% das organizações afirma estar a observar um aumento de receitas, indicando que esta retoma deriva de receitas de produtos e serviços já existentes antes da pandemia da Covid-19 (65%), da recuperação de donativos (20%), receitas de novos produtos ou serviços (15%), de apoios financeiros (15%) e ainda de outras receitas (10%).

De acordo com a segunda edição do estudo conduzido pelo Nova SBE Data Science Knowledge Center (DSKC), em parceria com o Nova SBE Leadership for Impact Knowledge Center, e divulgado esta segunda-feira, foi registada uma recuperação de mais 20 pontos comparativamente ao primeiro questionário, altura em que se contabilizou uma quebra de receitas na ordem dos 77%.

Apesar desta ligeira recuperação assistida depois do pique atingindo entre 30 de março e 3 de abril, ou durante o estado de emergência, os números revelam ainda o forte impacto negativo que a pandemia tem vindo a causar nas atividades e operações diárias do setor social. A segunda edição do estudo decorreu entre 24 de junho a 20 de julho.

70% das organização acredita não enfrentar riscos de despedimentos

No total das 232 organizações sociais inquiridas neste segundo estudo, a maioria tem o serviço social (centros sociais e lares) como principal atividade (52%), seguidas de outras atividades dedicadas à saúde (10%), educação (9%), proteção ambiental e bem-estar animal (6%), cultura, comunicação e atividades de recreio (4%), ou outras.

No que concerne a custos, cerca de metade das organizações (47%) revela haver um aumento, um número em linha com as respostas do primeiro estudo (45%). A grande maioria das organizações (85%) aponta a aquisição de máscaras, desinfetantes e outros produtos de segurança como a maior causa para esta subida de custos, 21% das organizações justifica também o aumento de custos com gastos associados a tecnologia adotada durante este período, e 20% destas explica o aumento associado à compra de produtos e/ou serviços que anteriormente eram doados.

Quanto aos despedimentos, registou-se uma evolução positiva. Cerca de 70% acredita agora não enfrentar risco de despedimentos dos seus colaboradores, número que compara com os 63% registados na primeira edição do estudo.

Questionadas sobre se acham que esta pandemia está a criar algum problema social, a grande maioria refere o possível aumento dos problemas de foro psicológico (88%), nomeadamente depressão e ansiedade, seguido de perto com o aumento do desemprego (75%) e da pobreza (73%).

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