[weglot_switcher]

Mais de um terço dos portugueses coloca como prioridade comprar casa

“Verificou-se um forte dinamismo do mercado imobiliário, e os inquiridos mostram intenções de investir em habitação”, lê-se no II Grande Inquérito de Sustentabilidade em Portugal, elaborado por investigadores do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
5 Setembro 2019, 07h37

Mais de um terço (30,9%) dos portugueses tem como objetivo de investimento comprar um imóvel para habitação, de acordo com II Grande Inquérito de Sustentabilidade em Portugal, relativo ao ano de 2018 e que foi apresentado na quarta-feira, em Lisboa. “Verificou-se um forte dinamismo do mercado imobiliário, e os inquiridos mostram intenções de investir em habitação”, lê-se no documento elaborado por investigadores do Instituto de Ciências Sociais (ICS), da Universidade de Lisboa (UL).

Este dado advém do impacto da crise económica nos hábitos de consumo dos portugueses que, de forma geral, sofreram alterações para a esmagadora maioria da população. Essas alterações, de acordo com as explicações da investigadora coordenadora do estudo Luísa Schmidt, levaram os portugueses a estabelecer as chamadas principais preocupações a ter em conta. Partindo dessas preocupações, os inquiridos viram-se questionados sobre “um hipotético aumento do rendimento disponível” e aí elencaram um conjunto de prioridades para “alocação de aumento do orçamento familiar”.

Para Luísa Schmidt a aquisição de casa “tornou-se um desígnio” para 30,9% dos portugueses. Mas também “é uma dificuldade”, tendo em conta a realidade nacional. Durante a apresentação do estudo, que contou com a parceria da Missão Continente, Schmidt afirmou que compra de casa, enquanto habitação, “surgiu muito fortemente nos últimos três anos” entre os portugueses.

A compra de casa é a quarta prioridade para os inquiridos. Antes as prioridades são: cuidados de saúde (50,5%), sobretudo para os inquiridos com idade superior aos 64 anos, com menos escolaridade e rendimentos, por ventura aqueles que mais necessitam de cuidados de saúde ou os que mais dificuldades de acesso experimentam no seu quotidiano; poupança (47,8%), o que indica que, para os portugueses, a experiência da crise económica ainda está muito presente, e sobretudo teve impactos estruturantes no que respeita à necessidade de segurança económica fundamental. São sobretudo os que pertencem ao grupo etário entre os 25 e os 44 anos, os que tem ensino superior, em plena vida ativa e familiar, e que vivem numa área metropolitana que mais expressam esta vontade, ou necessidade, de poupar; e férias (38%), “como válvula de escape e sonho”, sobretudo entre os que têm entre 25 e 54 anos, com níveis de escolaridade mais elevados e com maiores rendimentos.

Ainda no mercado imobiliário, em virtude de um hipotético aumento de rendimentos, 28,9% estabelece como prioridade realizar melhorarias na habitação e 19,9% vê como prioritária a “melhoria da eficiência energética”.

“Quem mais deseja investir na casa são os jovens entre os 25 e os 34 anos, e os indivíduos com rendimentos médios e altos”, sendo que as melhorarias na habitação também constituem o desejo de alguns inquiridos que “têm o ensino básico, entre os 45 e os 54 anos, e os que auferem níveis de rendimentos nas posições mais extremadas [quer sejam os que têm rendimentos baixos, quer sejam os de rendimentos mais elevados].

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.