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Mais investimento e cooperação: O que resultou da visita de Xi Jinping a Portugal

O chefe de Estado da China regressa ao “Império do Meio” com 17 acordos assinados em várias áreas e o compromisso do homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, em retribuir a visita em abril do próximo ano.
  • Cristina Bernardo
6 Dezembro 2018, 07h47

Os laços políticos e económicos que unem Portugal e a China saíram reforçados pela visita oficial de dois dias do presidente chinês, Xi Jinping, a Lisboa. O chefe de Estado da China regressa ao “Império do Meio” com 17 acordos assinados em várias áreas e o compromisso do homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, em retribuir a visita em abril do próximo ano.

No último dia da vista oficial, Xi Jinping encontrou-se com o primeiro-ministro, António Costa, no Palácio de Queluz, onde assinaram dez memorandos de entendimento, entre os quais um para a cooperação no quadro da nova rota da seda marítima – “Uma Faixa, uma Rota” e outro para em área de comércio e serviços (como transportes, turismo e tecnologia).

Numa altura em que alguns investimentos chineses em Portugal estão num impasse, foram ainda assinados acordos com empresas estratégicas nacionais. Um desses acordos é o memorando de entendimento entre a EDP e a China Three Gorges (CTG) para a cooperação ao nível da responsabilidade social das empresas, designadamente no domínio da cultura, desenvolvimento sustentável, inovação e pesquisa e desenvolvimento (R&D).

Recorde-se que ainda está em curso uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) da CTG sobre a EDP. Seis meses após o anúncio, o negócio aguarda a aprovação dos reguladores na Europa e nos EUA, tendo o calendário para as aprovações regulatórias passado do final deste ano para o início do próximo.

Ainda no setor da energia, foi celebrado um memorando de entendimento para o aprofundar da cooperação entre a State Grid e a REN.

Um reforço na área da banca foi outras das apostas da China em Portugal, com a assinatura de um acordo entre o BCP e a Union Pay, para a emissão de cartões de crédito da empresa chinesa de serviços financeiros que lidera os pagamentos eletrónicos na China. Além disso, foi ainda assinado um protocolo para a implementação do memorando de entendimento entre a CGD e o Bank of China para a emissão de Panda Bonds, referente à emissão da dívida pública em Renminbi (a moeda chinesa).

Na área das telecomunicações, a MEO e a Huawei sinalizaram a intenção de desenvolver a tecnologia 5G em conjunto.

A visita de Xi Jinping a Portugal fica também marcada pelos discursos políticos que enalteceram as relações diplomáticas entre ambos os países. O presidente chinês afirmou que “o relacionamento bilateral se encontra no seu melhor momento histórico” e, oito anos depois de uma visita de um líder chinês a Portugal, prometeu “manter a tendência de frequentes visitas de alto nível”.

Como parte deste compromisso, Marcelo Rebelo de Sousa desloca-se à China no próximo mês de abril para participar no fórum “Uma Faixa, uma Rota”, a convite do homólogo chinês. “Desejamos continuar a construir, com diálogo político regular e continuo a pensar no muito que nos une”, disse o chefe de Estado português, em conferência de imprensa conjunta com Xi Jinping.

Também António Costa reforçou que “estão criadas as condições para poder reforçar as relações bilaterais” e destacou os avanços económicos e culturais. “Podemos dar passos concretos no estreitamento das nossas relações”, acrescentou.

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