[weglot_switcher]

Mais otimista, BdP vê economia portuguesa a crescer 4,8% este ano e a recuperar aos níveis de 2019 no início do próximo ano

A instituição presidida por Mário Centeno melhorou as projeções de crescimento económico para este ano e para 2022, vendo o PIB a crescer 4,8% em 2021 e 5,6% em 2022, em resultado de uma recuperação mais rápida do que o esperado ao levantamento das restrições de março.
16 Junho 2021, 11h31

O Banco de Portugal (BdP) vê a economia portuguesa a recuperar aos níveis de 2019 já na primeira metade do próximo ano, melhorando as projecções de crescimento para 4,8% este ano e 5,6% no próximo ano, devido a uma recuperação mais rápida do que esperado ao levantamento das restrições a partir de março, numa melhoria que se reflete também na procura externa e no investimento.

No Boletim Económico de junho, divulgado esta quarta-feira, a instituição liderada por Mário Centeno, explica que após uma queda de 7,6% em 2020, o PIB dever crescer 4,8% em 2021 e 5,6% em 2022, esperando em 2023 um crescimento de 2,4%, “valor próximo do observado antes da pandemia”.

Em março, o BdP projectava uma expansão do PIB de 3,9% este ano, seguido de um crescimento de 5,2% em 2022 e de 2,4% em 2023, sendo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) revisto em alta 0,9 pontos percentuais (pp) em 2021 e 0,4 pp em 2022.

“Estas revisões decorrem de perspetivas mais positivas para a atividade no curto prazo, essencialmente relacionadas com a melhoria da confiança dos agentes económicos, que se traduz numa reação mais rápida do que esperado da atividade económica ao levantamento das restrições a partir de março de 2021”, justifica o regulador, dando nota de que “a revisão em alta das hipóteses relativas à procura externa e ao investimento, em particular o público, contribuem para uma recuperação mais marcada”.

O regulador explica que “a natureza exógena do choque, a transmissão limitada ao sistema financeiro e a resposta tempestiva da política orçamental e monetária favorecem o regresso do PIB aos níveis do final de 2019, o que deverá acontecer no início de 2022”. Contudo, sublinha que irão persistir efeitos “duradouros” em alguns setores mais afetados pela pandemia.

No cenário do BdP, o consumo privado cresce 3,3% este ano e 4,9%, ano em que retoma os níveis pré-pandémicos, enquanto o rendimento disponível real deverá crescer 1,3% em média em 2021-23.

A contribuir para a recuperação estará também o investimento, com um crescimento médio de 7% em 2021-23, projetando o BdP um crescimento da componente empresarial de 6,4% em média anual. Espera ainda que o investimento público recupera cerca de 20% em média, “refletindo a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência, que representa cerca de 30% do investimento público previsto em 2022-23”.

Já as exportações apresentam um crescimento de cerca de 14% em 2021-22, “com diferenças marcadas entre bens e serviços”, devendo a recuperação das exportações de serviços a ser mais lenta e fixar-se  abaixo do nível de 2019 no final de 2023.

O BdP melhorou ainda as projeções do mercado de trabalho, projetando um aumento do emprego de 1% em termos médios anuais em 2021-23. Vê agora a taxa de desemprego a aumentar  para 7,2% este ano e e a cair para 7,1% em 2022 e 6,8% em 2023.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.