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Manifestações dos ‘coletes amarelos’ em Paris com 101 detenções

As manifestações dos ‘coletes amarelos’ foram menos participadas que as de sábado passado, mas a tensão e a violência repetiram-se.
5 Janeiro 2019, 16h54

Um total de 101 pessoas foram detidas em Paris e 103 interrogadas pela polícia, na sequência da manifestação desta tarde dos “coletes amarelos”, segundo a autarquia local. Durante a tarde, manifestantes na margem esquerda do rio Sena, em Paris, atearam fogos numa avenida e foram-se sucedendo confrontos com a polícia. Os confrontos entre as forças de segurança e manifestantes, nesta oitava mobilização para exigir mudanças políticas, repetiram-se por várias cidades francesas, como nas localizadas a Oeste: Ruão, Caen e Nantes, enquanto em Rennes um grupo destruiu uma porta de acesso à autarquia.

Em Ruão, a capital da Normandia, juntaram-se dois mil “coletes amarelos”, segundo a polícia, que interveio na marcha pelas ruas do centro e atingiu com uma bala de defesa um dos manifestantes.

Logo de seguida, foram erguidas várias barricadas e arremessados vários objetos, tendo o balanço dos confrontos resultado em dois detidos.

Em Nantes, pelo menos duas mil pessoas, nas quais se incluíram muitas mulheres, saíram às ruas, onde foram registados lançamentos de granadas e algumas escaramuças. Uma pessoa ficou ferida.

Já em Caen, a autarquia garante que desfilaram mil pessoas, enquanto os “coletes amarelos” contabilizaram três mil, e mais uma vez foram arremessados objetos e ateados fogos.

Em Rennes, a contabilização das autoridades locais dos manifestantes aproximou-se de 200, e em Mans terão rondado uma centena.

Para sudoeste no mapa do país, cerca de 4.600 “coletes amarelos” marcharam nas ruas de Bordéus, onde o nível de mobilização se mantém alto e mais uma vez se repetiram confrontos entre manifestantes e forças da ordem.

Com a chegada da noite, a polícia interveio e deteve várias pessoas, havendo o registo de várias montras partidas.

As manifestações dos ‘coletes amarelos’ juntaram este sábado 25 mil pessoas em toda a França, segundo a polícia. As autoridades recordaram que o ‘pico’ de participação foi registado no sábado passado, quando foram para a rua 32 mil pessoas, para exigir alterações políticas.

“A situação é tensa, especialmente em Paris, onde há ações violentas contra a polícia, tentativa de entradas forçadas em autarquias – Montpellier, Troyes -, no Tribunal de Primeira Instância de Avignon e tensões esta manhã em Beauvais”, acrescentou a polícia.

Na oitava mobilização do protesto, a tensão, as chamas e o cheiro a queimado aumentaram a meio da tarde, na margem sul do rio Sena, em Paris. Os agentes policiais dispersaram as centenas de manifestantes da zona junto ao museu de Orsay, mas os ‘coletes amarelos’, que têm exigido mudanças de políticas, deslocaram-se para a restante margem esquerda do rio Sena, como a Lusa tem acompanhado no local.

Ao longo da avenida Saint Germain, as chamas eram visíveis, à medida que os manifestantes ateavam fogo a caixotes do lixo e a veículos. Apesar de estarem no local, os bombeiros não conseguem desempenhar as suas funções, porque os manifestantes enchem a artéria.

A maioria dos manifestantes é jovem, está encapuzada e há muito que se deixou de generalizar que todos pertencem ao mesmo movimento de contestação. É que uns nem fazem questão de usar o colete amarelo e parecem estar no local para incentivar e participar em escaramuças.

O governo francês acusou na passada sexta-feira o movimento dos ’coletes amarelos’ de estar a ser instrumentalizado por grupos de agitadores que pretendem derrubar o executivo.

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