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“Manifestos e atitudes políticas anti-empresa não aproveitam a sociedade como um todo”, diz Jorge Marrão

Presidente da Associação Missão Crescimento defendeu a possibilidade de 50% do IRC ser liquidado apenas quando forem distribuídos os resultados, com o objetivo de estimular a capitalização das empresas, assim como repor benefícios fiscais associados à constituição e reforço de instrumentos de poupança.
22 Outubro 2019, 16h32

O presidente da Associação Missão Crescimento, Jorge Marrão, defendeu que o caminho para o crescimento da economia portuguesa passa por quatro vetores: poupança e financiamento da economia, inserção tecnológica, medidas gerais de competitividade e regulação e qualidade das instituições.

“O país precisa de se reconciliar com as suas empresas e as suas lideranças Os manifestos e atitudes políticas anti-empresa não aproveitam à sociedade como o todo. As empresas são o local de busca de oportunidades e de prosperidade”, disse Jorge Marrão esta terça-feira no Congresso “Portugal: crescimento ou estagnação? A resposta está nas empresas”, organizado pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal, no Estoril.

Jorge Marrão defendeu que o nível de confiança da sociedade nas  empresas é crucial qualquer que seja o modelo de desenvolvimento e que as empresas tendem a reagir ao modelo de incentivos das políticas públicas.

“É nestas que devemos concentrar o nosso esforço de escrutínio, porque as empresas e o modelo de concorrência encarregar-se-ão de selecionar os que devem sobreviver”, disse.

Para o responsável da Associação Missão Crescimento, que promoveu um estudo sobre o potencial do crescimento da economia portuguesa, é necessário reconhecer os desafios que se colocam no atual modelo de desenvolvimento.

“Os escândalos, a corrupção e os abusos das empresas são usados com extremismo mediático, tais como os relacionados com a classe política, criando a falsa ideia que é possível política sem políticos, e economia sem empresários, ou que o que urge é apenas a mudança de atores, fulanizando e buscando bodes expiatórios permanentes com os grandes e pequenos erros que as empresas produzem ao longo da sua vida”, disse.

Relativamente ao financiamento da economia defendeu a possibilidade de 50% do IRC ser liquidado apenas quando forem distribuídos os resultados, com o objetivo de estimular a capitalização das empresas, assim como repor benefícios fiscais associados à constituição e reforço de instrumentos de poupança, tais como os PPR, que devem ainda ser alargado a outros instrumentos de poupança de médio e longo prazo ou aplicação em investimentos na atividade produtiva nacional.

Jorge Marrão sustentou ainda a necessidade de reformar o ensino superior, promovendo a criação de um conjunto restrito de pólos universitários nacionais com abrangência global.

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