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Marcelo em Itália: “Europa tem de ter uma posição comum sobre migrações”

O presidente da Republica discursou esta manhã em Roma, no segundo dia da sua visita oficial de Estado a Itália. Marcelo Rebelo de Sousa fez um apelo aos parceiros europeus para que haja um reforço da coesão eterna e respeito pelas alianças geopolíticas.
  • Sergio Mattarella Marcelo Rebelo de Sousa
12 Novembro 2019, 13h07

No segundo dia da sua visita de Estado a Itália, Marcelo Rebelo de Sousa fez um apelo aos parceiros europeus e pediu mais união europeia e apoio mútuo no combate ao “proteccionismo e unilateralismo” político que tem vindo a aumentar globalmente.

Durante uma conferência de imprensa, esta terça-feira, em Roma, o Presidente da Republica sublinhou que quer “uma Europa forte, num mundo imprevisível. (…) Num mundo em que o proteccionismo e o unilateralismo reapareceram quando há tantos problemas que devem ser resolvidos em conjunto. Só pode resolver aquilo que é essencial na humanidade com a liberdade económica, com respeito pelas organizações internacionais e o direito internacional, com a procura da paz, com a construção de pontes e com a prioridade da política sobre o egoísmo economicista ou financista”, afirmou.

Marcelo, que visita o homólogo italiano Sergio Mattarella, abordou temas de interesse comum entre os dois países como estreitamento das relações entre Portugal e Itália, posições comuns sobre a União Europeia (UE), colaboração em relação a África e visão transatlântica e debate sobre a NATO.

No plano europeu, Portugal e Itália partilham o objetivo de tornar a UE “mais forte, com um peso maior no mundo, mais coesa, mais justa, mais igual” e com “atenção crescente aos europeus, uma União Europeia que olhe mais ainda para as pessoas”, afirmou.

“A Europa entra num novo ciclo e nesse novo ciclo, Itália e Portugal estão de acordo no essencial”, afirmou ao lado do presidente italiano. “É preciso que a Europa tenha uma posição comum sobre migrações (…). A Europa tem que aprovar um quadro financeiro plurianual, tem de definir as suas linhas económicas e financeiras para o futuro, reforçar a coesão eterna. A Europa não se pode dividir. Tem que se unir. Tudo o que sejam propostas que dividam a Europa enfraquecem a Europa”, rematou.

Os dois países apostam num aprofundamento da “parceria entre Europa e África” e sublinham a importância em prestar apoio aos imigrantes oriundos daquele continente. “Itália conhece bem África. Portugal, é histórico, conhece muito bem África. Em conjunto temos que trabalhar para sensibilizar os nosso parceiros europeus para o facto de que a Europa não pode ignorar África. Tem que haver uma parceria”, discursou o Presidente da República.

Por fim, relativamente ao alegado enfraquecimento da NATO já comentado pelo presidente francês Emmanuel Macron, Marcelo Rebelo de Sousa valorizou o valor das alianças transatlânticas e deixou claro que Portugal nunca as negligenciou. “Temos que estar firmes nas alianças a que pertencemos e ser tanto ou mais aliados do que os aliados que de vez em quando se esquecem da Europa. Nós não nos esquecemos das aliançaas a que pertencemos – nunca -, e por isso não nos esquecemos da NATO e da relação transatlântica que é tão importante para o equilíbrio do mundo”.

Esta terça-feira, depois de deixar o Palácio do Quirinal, Marcelo Rebelo de Sousa irá reunir-se com a presidente do Senado, Maria Elisabetta Alberti Casellati, e com o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, na sede do Governo italiano, num encontro seguido de almoço. Mais tarde, terá ainda uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, e um jantar oficial em sua honra oferecido pelo Presidente da República Italiana. Amanhã, os dois presidentes seguem para Bolonha, para visitar uma das primeiras universidades europeias, num dia dedicado “à importância da educação e do ensino superior”.

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