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Marcelo espera que Paulo Isabel “seja uma boa escolha” para a Polícia Judiciária Militar

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje esperar que o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Manuel José Isabel, o novo diretor-geral da Polícia Judiciária Militar, “seja uma boa escolha”, escusando-se a prestar mais declarações sobre a nomeação.
1 Outubro 2018, 21h00

“É uma escolha do senhor ministro da Defesa. Eu espero que seja uma boa escolha. Não tenho mais nada a dizer”, declarou o chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, em resposta aos jornalistas, à saída de uma conferência na Universidade Autónoma de Lisboa.

“Nunca comento publicamente matérias das Forças Armadas”, referiu.

Sobre o caso de Tancos, Marcelo Rebelo de Sousa limitou-se a relembrar “aquilo que disse desde o princípio”, que “tinha de se apurar tudo até ao fim, doesse o que doesse”, considerando que foi “muito teimoso nessa matéria”.

O Presidente da República nada mais quis acrescentar, realçando que o processo não está concluído: “Já temos uma investigação em curso, e uma investigação avançada, mas não chegámos ao fim do processo”.

Por outro lado, questionado sobre o novo aeroporto do Montijo, o chefe de Estado reiterou as declarações que fez na sexta-feira no sentido de que, “quanto mais depressa puder arrancar e ser concluído, a confirmar-se esta decisão e a sua formalização, melhor “.

No seu entender, este “é um processo que, se algum problema teve, foi o de chegar um pouco atrasado, não de chegar antecipado” e “cada dia que passa significa, em termos da chegada a Portugal, do acesso a Portugal em termos aeroportuários, neste caso, concretamente a Lisboa, significa um dia perdido”.

Nestas declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa recusou comentar a greve dos professores, mas voltou a dizer que está disponível para receber os seus representantes.

“Como sabem, sou professor, não me pronuncio”, justificou, acrescentando: “Disse que os receberia quando entendessem, que deviam pedir audiência, depois nomeadamente das conversas com o Governo. Essa mesma abertura continua”.

O ministro da Defesa anunciou hoje, através de um comunicado, que nomeou o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Manuel José Isabel diretor-geral da Polícia Judiciária Militar (PJM), mediante proposta do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

A nomeação do novo diretor da PJM surgiu após a detenção do até agora responsável desta polícia, Luís Vieira, na “Operação Húbris”, realizada na sequência do desaparecimento de material de guerra dos paióis de Tancos.

“José Azeredo Lopes solicitou ao Almirante Silva Ribeiro que, depois de ouvidos os chefes de Estado-Maior dos Ramos, apresentasse uma proposta que restabelecesse o normal funcionamento da Polícia Judiciária Militar”, lê-se no comunicado.

No âmbito do caso de Tancos, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa decretou na sexta-feira prisão preventiva para Luís Vieira e para um civil.

O advogado do agora ex-diretor da PJM anunciou, então, que ia recorrer da decisão de prisão preventiva decretada ao seu cliente.

O novo diretor-geral da PJM, Paulo Isabel, ingressou em 1982 na Escola Naval, onde concluiu a licenciatura em Ciências Militares Navais.

Segundo a nota do Ministério da Defesa, nos últimos anos desempenhou diversas funções na Polícia Marítima e, atualmente, coordenava da área de ensino de comportamento humano e administração de recursos no Instituto Universitário Militar.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na terça-feira, na “Operação Húbris”, o diretor da PJM, Luís Vieira, outros três responsáveis da PJM, um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé.

Segundo o Ministério Público, em causa estão “factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”.

Nesta operação foi também alvo de um pedido de detenção um militar português que estava em missão na República Centro-Africana.

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