[weglot_switcher]

Marcelo: “Novo Banco precisa de mais capital? Fiquei estupefacto com essa notícia”

No domingo, o presidente executivo do Novo Banco admitiu que a instituição vai precisar de mais capital do que o previsto para este ano, face ao impacto da covid-19, alterando assim a estimativa que já tinha entregado ao Fundo de Resolução. O Presidente da República mostrou-se estupefacto com essa notícia.
  • Cristina Bernardo
15 Junho 2020, 14h32

O Presidente da República revelou esta segunda-feira grande estupefação pelo facto do presidente do Novo Banco, António Ramalho, ter admitido a possibilidade do banco precisar de mais capital do que o previsto para este ano.

“Li essa notícia com estupefação”, realçou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações à comunicação social após a aula que deu na RTP, no Estudo em Casa.

No domingo, o presidente executivo do Novo Banco admitiu que a instituição vai precisar de mais capital do que o previsto para este ano, face ao impacto da covid-19, alterando assim a estimativa que já tinha entregado ao Fundo de Resolução.

Numa entrevista conjunta ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o presidente do banco, António Ramalho, afirmou que a “deterioração da situação económica” antevê que o banco vá necessitar de “necessidades de capital ligeiramente suplementares” às que estavam estimadas, não tendo sido adiantados valores.

O dinheiro recebido pelo Novo Banco para se recapitalizar totaliza 2.978 milhões de euros desde 2017, depois de, em 08 de maio, o Governo ter confirmado que foi realizada uma nova injeção de capital pelo Fundo de Resolução bancário.

Dos 2.978 milhões de euros, 2.130 milhões foram de empréstimos do Tesouro.

O montante transferido para o Novo Banco pelo Fundo de Resolução (entidade financiada pelos bancos que operam em Portugal que consolida nas contas públicas) foi realizado ao abrigo do mecanismo acordado na venda do Novo Banco à Lone Star (em 2017), pelo qual o Fundo de Resolução compensa o banco por perdas em ativos com que ficou na resolução do BES.

Contudo, uma vez que o Fundo de Resolução não tem o dinheiro necessário às injeções de capital no Novo Banco, todos os anos pede dinheiro ao Estado, indo devolver o empréstimo ao longo de 30 anos.

Desta vez, dos 1.037 milhões de euros que o Fundo de Resolução pôs no Novo Banco, 850 milhões de euros vieram diretamente do Estado.

Também em 2018, dos 1.149 milhões de euros postos no Novo Banco, 850 milhões de euros vieram de um empréstimo do Tesouro.

Já referente a 2017, dos 792 milhões de euros injetados, 430 milhões de euros vieram de um empréstimo público.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.