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Marcelo otimista que Fundo de Recuperação não agravará dívida pública

O Presidente da República manifestou-se hoje otimista quanto à aprovação pela União Europeia de um Fundo de Recuperação para as economias afetadas pela covid-19 com “montante significativo” e que não agrave a dívida pública dos Estados-membros.
  • Miguel Figueiredo Lopes/Presidência da República handout via Lusa
18 Maio 2020, 20h09

“Eu não quero ser muito otimista, mas tenho a sensação de que estamos no bom caminho. Em dois sentidos: o montante para que se aponta é um montante significativo. Segundo, as condições da utilização por cada Estado, também por Portugal, são condições que eu penso que não irão agravar a dívida pública – essa era a grande questão”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas no final de uma visita à Torre de Belém, em Lisboa, acrescentou que espera que o Fundo de Recuperação tenha “uma utilização que, não sendo uma transferência, é parecida ou pode ser parecida com uma transferência”.

“Portanto, não tem o risco de somar à dívida pública – que alguns países têm, como Portugal, elevada, mais dívida pública”, reforçou.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, propuseram hoje um valor de 500 mil milhões de euros para a criação do Fundo de Recuperação europeu para as economias afetadas pela pandemia de covid-19.

Numa declaração conjunta, os dois governantes indicaram que o fundo proposto será entregue a fundo perdido às economias mais afetadas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou entretanto a “proposta construtiva” da Alemanha e da França.

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que se está “em vésperas de um Conselho Europeu muito importante”, em que se decidirá acerca do Fundo de Recuperação”, que apontou como “uma das três peças do tripé dos financiamentos europeus aos Estados-membros” no atual quadro de pandemia de Covid-19.

O chefe de Estado referiu que “o Fundo de Recuperação tem de ser aprovado definitivamente no Conselho Europeu de junho” e que “isso fará a diferença, no montante e nas condições”.

“Portanto, eu não tenho dúvidas de que o Governo português como todos os governos o que mais deseja neste momento é injetar dinheiro na economia”, declarou.

A pandemia de Covid-19 atingiu 196 países e territórios, registando-se perto de 315 mil mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas infetadas a nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP feito com base em dados oficiais.

Em Portugal, morreram 1.231 pessoas num total de 29.209 confirmadas como infetadas, e 4.636 doentes recuperaram, de acordo com o relatório de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A Covid-19 é uma doença provocada por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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