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Marcelo Rebelo de Sousa condecora João Salgueiro, antigo ministro das Finanças

“É das personalidades mais brilhantes e fascinantes que eu pude conhecer na vida, com uma capacidade de prospetiva que nem sempre é muito portuguesa”, disse o Presidente da República no encerramento do 5.º Congresso da Sedes, entidade fundada e presidida por João Salgueiro.
5 Dezembro 2021, 19h03

O antigo ministro de Estado e das Finanças João Salgueiro foi hoje condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, no encerramento do 5.º Congresso da Sedes.

João Salgueiro, que tem 87 anos, foi fundador e mais tarde presidente da Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, constituída em 1970, para a qual Marcelo Rebelo de Sousa entrou pouco depois.

No encerramento do 5.º Congresso da Sedes, no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Cascais, o Presidente da República descreveu João Salgueiro como um “pioneiro em praticamente tudo” que “sempre que pôde deixar o protagonismo aos outros deixou”.

“É das personalidades mais brilhantes e fascinantes que eu pude conhecer na vida, com uma capacidade de prospetiva que nem sempre é muito portuguesa”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado considerou que “não há melhor forma de terminar este ano de congresso da Sedes do que agradecer-lhe o que ele tem feito pelo país” entregando-lhe “as insígnias da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, que há muito merece, mas que nunca é tarde para entregar”.

Antes, o atual presidente da associação, Álvaro Beleza, apontou João Salgueiro como “a alma da Sedes” e como “um exemplo de cidadania, de inteligência e de saber ao serviço dos portugueses” e anunciou que “passará a ser presidente emérito” desta associação, por decisão unânime da direção.

Licenciado em Economia, João Salgueiro foi subsecretário de Estado do Planeamento antes do 25 de Abril de 1974, entre 1969 e 1971, e depois ministro de Estado e das Finanças e do Plano, entre 1981 e 1983.

Foi também deputado eleito pelo PSD, vice-governador do Banco de Portugal, presidente do Banco de Fomento Exterior, administrador da Caixa Geral de Depósitos e vice-presidente do Conselho Económico e Social.

Recordando os primeiros tempos da Sedes, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “João Salgueiro estava omnipresente, como Deus para os crentes”, numa altura em que a associação se dedicava a “debater o país no fim da ditadura, quando o problema era apenas saber-se quanto demoraria até à transformação em democracia”.

“Foi pioneiro em matéria de ordenamento do território, foi pioneiro em matéria de desenvolvimento regional, na criação das comissões de coordenação regional. Foi pioneiro em matéria de planeamento económico. Foi pioneiro na tentativa de diálogo entre aquilo que era um setor muito radical na ditadura – lembro-me da conferência que fez na Liga dos Combatentes, a certa altura, no início dos anos 70 – e a perspetiva da mudança inevitável e da abertura para a democracia”, considerou.

De acordo com o Presidente da República, João Salgueiro “foi pioneiro em tantos lances no domínio do sistema económico-financeiro, inclusive do sistema bancário público”, e também “na criação de um clima de diálogo e de pluralismo constante”.

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