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Marcelo Rebelo de Sousa confirma que falou com Mário Centeno sobre o Novo Banco

Marcelo realçou ainda que transmitiu essa informação a António Costa e a Mário Centeno, realçando que “não se pronunciou, nem tinha de se pronunciar, sobre questões internas do Governo, nomeadamente o que é matéria de competência do Primeiro-Ministro, a saber a confiança política nos membros do Governo a que preside”.
14 Maio 2020, 14h51

Marcelo Rebelo de Sousa confirmou esta quinta-feira que falou com António Costa e com Mário Centeno sobre a transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco e realçou que essa transferência deveria ter sido efetuada após as conclusões da auditoria.

“O Presidente da República reitera a sua posição, ontem expressa, segundo a qual não é indiferente, em termos políticos, o Estado cumprir o que tem a cumprir em matéria de compromissos num banco, depois de conhecidas as conclusões da Auditoria cobrindo o período de 2018, que ele próprio tinha pedido há um ano, conclusões anunciadas para este mês de Maio, ou antes desse conhecimento. Sobretudo nestes tempos de acrescentados sacrifícios para os Portugueses”, pode ler-se no comunicado da Presidência da República.

Marcelo realçou ainda que transmitiu essa informação a António Costa e a Mário Centeno, realçando que “não se pronunciou, nem tinha de se pronunciar, sobre questões internas do Governo, nomeadamente o que é matéria de competência do Primeiro-Ministro, a saber a confiança política nos membros do Governo a que preside”.

O Presidente da República disse esta quarta-feira que o Estado limitou-se a cumprir as suas responsabilidades quando efetou na semana passada uma transferência de 850 milhões para o Novo Banco via Fundo de Resolução.

No entanto, realçou as diferenças entre fazer a injeção antes, ou depois, da auditoria ao banco ser revelada abrangendo o período entre 2000 e 2018.

“O Estado português cumpre o que tem de cumprir, assumiu um compromisso, tinha de cumprir o compromisso”, começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa durante uma visita à fábrica Autoeuropa em Palmela, distrito de Setúbal.

“Havendo uma auditoria cobrindo o período ate 2018, auditoria que eu tinha pedido há um ano, faz todo o sentido o que disse o senhor primeiro-ministro no Parlamento. É politicamente diferente estar a assumir responsabilidades dias antes das conclusões de uma auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes do Estado assumir responsabilidades. Estava anunciado para maio o processo conclusivo da auditoria cobrindo 2000 a 2018”, destacou o Presidente.

“O primeiro-ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse previamente a conclusão da auditoria”, afirmou.

Depois de elogiar o primeiro-ministro, estaria assim Marcelo Rebelo de Sousa a criticar a atuação de Mário Centeno, por o ministro das Finanças ter dado luz verde à injeção de capital no Novo Banco sem conhecer a auditoria?

“Não, significa aquilo que eu disse”, respondeu o Presidente. “Há uma auditoria que tinha sido anunciada que estaria concluída em maio deste ano, respeitando a 2000-2018. Para os portugueses, não é indiferente cumprir compromissos com o conhecimento exato do que se passou num determinado processo, ou cumprir compromisso e mais tarde vir a saber como é que foi esse processo até 2018. É politicamente diferente uma coisa e a outra”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

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