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Marinho e Pinto recusa críticas de aproveitamento por escolher Pardal Henriques

O presidente do PDR, Marinho e Pinto, recusa as críticas de aproveitamento político por candidatar às eleições legislativas sindicalistas independentes como Pardal Henriques, considerando que o uso desses argumentos pelos adversários políticos é oportunismo.
4 Setembro 2019, 08h24

Em entrevista à agência Lusa a propósito das eleições legislativas de 06 de outubro, nas quais o Partido Democrático Republicano (PDR) concorre a todos os 22 círculos eleitorais, o fundador, Marinho e Pinto, fala sobre o processo de escolha do antigo porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, como cabeça de lista por Lisboa.

“O PDR é muito daquilo que o Pedro Pardal Henriques foi neste processo de luta”, sublinha, escusando-se a desvendar detalhes sobre a escolha do advogado uma vez que se trata de uma “questão interna do partido”.

Para além de Pardal Henriques, o PDR apostou noutro rosto da greve dos motoristas para encabeçar a lista por Setúbal, Bruno Fialho, que foi o mediador do SNMMP, mas Marinho e Pinto rejeita as críticas de aproveitamento político.

“Nós a aproveitar politicamente por candidatarmos sindicalistas independentes? Alguém criticou o aproveitamento político do dirigente da Fenprof, membro do Comité Central do PCP? Dos líderes da CGTP, das várias federações e sindicatos da CGTP, que são membros do Partido Comunista, do Partido Socialista, ou dos outros sindicatos que são membros do PSD, alguém criticou?”, questiona.

O líder do PDR e cabeça de lista pelo Porto não teme estas críticas e está “pronto para rebater”, mas acha que essa insinuação, como “querem fazer alguns adversários, é oportunismo”.

Ainda sobre o antigo porta-voz do SNMMP – que deixou de o ser no dia em que o seu nome foi anunciado como candidato do PDR – Marinho e Pinto espera que “faça uma boa campanha”.

“E que os órgãos de comunicação social se centrem mais nas propostas que ele vai fazer ao país do que no processo interno, partidário que levou à sua escolha para cabeça de lista pelo círculo de Lisboa”, pede.

O líder do PDR e ex-eurodeputado assume que só conheceu Pardal Henriques com a greve dos motoristas, mas garante que veio a “conhecê-lo como que retroativamente”, tendo ido “apreciar o seu trajeto”.

“A coragem com que ele desafiou poderes extraordinariamente importantes estabelecidos no mundo sindical e no mundo empresarial português”, enaltece.

Marinho e Pinto faz questão de destacar “a grande vitória dos motoristas de matérias perigosas” que foi a redução do “horário de trabalho semanal de 70 e tal horas para 48 horas por semana”.

“Outro aspeto que é extraordinariamente importante é mostrar a possibilidade de um sindicalismo que não está subordinado às diretrizes partidárias, aos comités centrais, aos secretariados nacionais, às comissões políticas, um sindicalismo dos trabalhadores, com todas os seus erros, com todas as suas angústias”, elogia.

O antigo bastonário da Ordem dos Advogados assinala que “três partidos dominam praticamente todos os sindicatos em Portugal”, o que na sua opinião “é uma negação da autonomia e da independência que a luta dos trabalhadores deve ter”.

“Devemos isso também ao doutor Pedro Pardal Henriques”, defende.

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