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Mário Nogueira: de antigo escuteiro a dirigente associativo

A luta sindical confunde-se com a vida do dirigente da Fenprof. Uma das primeiras manifestações aconteceu no gimnodesportivo de Tomar e acabou com uma barricada.
  • Foto cedida
3 Maio 2018, 07h45

O líder da Fenprof, nascido em Tomar, em 1958, sempre quis ser professor. A primeira opção era matemática, porque gostava. No entanto, acabou por entrar na escola do Magistério Primário e tirou o curso [professor do primeiro ciclo], que depois completou com a especialização em problemas comportamentais.
A tropa, colocações em escolas diferentes e a tentativa de conciliar a atividade docente com a de aluno na Faculdade de Economia da Universidade Coimbra revelaram-se difíceis de concretizar. Ser pai aos 24 anos, professor e o envolvimento cada vez maior com a atividade sindical “escrevendo umas cartas, fechando envelopes, colando uns selos” – levou-o a ficar-se apenas pela frequência do curso de Economia.
Filho de uma operária fabril e de um representante de uma marca de confeitaria, o dirigente da associação que representa milhares de professores, é adepto do Sporting, jogou basquetebol e fez atletismo. O antigo escuteiro e espeleólogo de Tomar foi ainda mandatário da candidatura de Jerónimo de Sousa às presidenciais e várias vezes candidato por Coimbra para as legislativas.
Em 2007, a Fenprof escolheu-o como o novo secretário-geral, depois de 13 anos de liderança de Paulo Sucena. Nessa altura, pela primeira vez dois candidatos disputaram o cargo: Mário Nogueira e Manu la Mendonça. Mário Nogueira recebeu o apoio da direção do Sindicato dos Professores da Região Centro e dos sindicatos da Zona Sul, da Madeira e dos Açores.
Foi na juventude que começou a desenvolver o seu lado mais reivindicativo. Uma das manifestações mais marcantes encheu o gimnodesportivo de Tomar, onde os pais dos alunos mais pequenos tentaram impedir que fossem encerradas as aulas no liceu. O episódio acabou numa barricada.
A luta sindical corre-lhe nas veias. Nesta terça-feira, dia 1 de maio, na qualidade de dirigente da CGTP em Coimbra, defendeu o aumento do salário mínimo nacional para 650 euros em janeiro de 2019, argumentando que “todos os setores de atividade aumentam o volume de negócios e os lucros, por isso estão em condições de corresponder a esta justa reivindicação da CGTP”.
O dirigente anunciou depois uma “grande manifestação nacional”, em Lisboa, no próximo dia 9 de junho – após um mês de maio que se prevê marcado por várias greves.
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