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Marisa Matias: Da aldeia para o Parlamento Europeu sem papas na língua

Em 2009, foi eleita, pela primeira vez, deputada para o Parlamento Europeu. Nesta campanha não poupou críticas a Costa, Berardo, Salgado ou Vara.
23 Maio 2019, 07h45

Marisa Matias nasceu em Coimbra, a 20 de Fevereiro de 1976. Passou a infância e início da adolescência em Alcouce, uma pequena aldeia da freguesia de Vila Seca, no concelho de Condeixa-a-Nova. O pai, José, era guarda-florestal e a mãe, Maria, empregada de limpezas.

Marisa tinha de ajudar a família nos trabalhos do campo e com o gado, além de ter de andar cinco quilómetros para ir à escola. Não tinha televisão em casa e, num pequeno vídeo de campanha feito para as presidenciais de 2016, diz que se lembra da chegada da eletricidade, da água e do telefone a casa dos pais. Foi na cidade dos estudantes que se doutorou em Sociologia, com a tese “A Natureza Farta de Nós? Saúde, Ambiente e Novas Formas de Cidadania”.

Em 2009, foi eleita, pela primeira vez, deputada para o Parlamento Europeu. Em 2011, os seus pares europeus elegeram-na “Deputada do Ano” na área da Saúde. É, atualmente, presidente da Delegação para as Relações com os Países do Maxerreque (Líbano, Egito, Síria e Jordânia).

Nesta campanha eleitoral, já andou por Lisboa, Funchal, Torres Novas ou Braga. Nesta última cidade, entre uma arruada e um comício noturno, teve um dos momentos mais quentes da campanha. A candidata do Bloco de Esquerda criticou a aproximação que António Costa está a fazer à direita liberal nestas eleições, a antítese do caminho feito em Portugal e uma aliança “para um futuro diferente”.

“António Costa tem que clarificar qual é o caminho que quer seguir: se quer seguir o caminho que seguiu em Portugal, um caminho de, à esquerda, procurar acordo naquilo que era preciso ter acordo e melhorar a vida da pessoas; se é o caminho de se juntar àqueles que fizeram o contrário e promovem o contrário na União Europeia”, desafiou.

Já antes, a bloquista tinha pedido “total prioridade” dos agentes políticos “às energias renováveis” e ao “investimento que realmente combata as alterações climáticas”.

No Funchal lançou uma pergunta aos cerca de 400 participantes no almoço/comício que decorreu na praça do peixe do Mercado dos Lavradores : “Querem mesmo ver as vossas pensões nas mãos de banqueiros como Joe Berardo, Ricardo Salgado ou Armando Vara?”

O inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa — CESOP/UCP , encomendado pela “RTP” e o “Público”, coloca-a como uma das surpresas das sondagens, à frente da CDU e CDS-PP.

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