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Marques Mendes antecipa mini remodelação governamental. Pedro Nuno Santos sobe a ministro

O comentador disse hoje na SIC que está para breve uma remodelação no governo. Pedro Nuno Santos e Nelson de Souza sobem a ministro.
10 Fevereiro 2019, 21h12

No seu habitual comentário da SIC, o comentador Luís Marques Mendes anunciou uma mini-remodelação do Governo a propósito da escolha do atual Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, para encabeçar a lista do PS ao Parlamento Europeu.

Marques Mendes avançou ainda que este pode não ser o único nome em cima da mesa: “Maria Manuela Leitão Marques [que tem a pasta da Presidência e da Modernização Administrativa] também é uma possibilidade”.

Na lista dos deputados para as europeias, Francisco Assis deverá ficar fora: “É pena porque tem pensamento europeu estruturado”, explicou o comentador.

Segundo Marques Mendes, com a saída de Pedro Marques, o Ministério vai ser dividido, o que implica uma mudança orgânica do Executivo. A parte das Infraestruturas ficará com Pedro Nuno Santos [atual Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares], “que vai receber a área da mobilidade urbana. Vai ser um super ministro. É uma promoção enorme para Pedro Nuno Santos, que fica com um poder gigantesco no país”.

Já Nelson de Souza, secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, ficará com o Planeamento. “Não sendo um político, é uma pessoa muito próxima do Primeiro Ministro (uma vez que já trabalhou com ele na Câmara Municipal de Lisboa) e que ficará, desde logo, com duas áreas essenciais, os fundos atuais da UE e os fundos futuros”, disse Marques Mendes.

Assim, abrindo-se uma vaga na secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares Mariana Vieira da Silva [secretária de Estado Adjunta do Primeiro-Ministro] pode vir a ser o nome escolhido. “Outra secretária de Estado em ascensão”, acrescentou.

Finalmente, adiantou que o Governo deverá fazer a proposta ao Presidente da República no dia 17 (um dia a seguir à Convenção do PS) e a posse dos novos governantes é provável que seja no dia 18.

Entrevista do primeiro-ministro à SIC

Marques Mendes destacou três ideias essenciais da entrevista de António Costa. A primeira, é que Costa “passou a maior parte do tempo a dar explicações sobre questões laborais e sindicais”. Isto, “é a prova que quem verdadeiramente faz oposição ao Governo são os sindicatos”.

“O primeiro-ministro passou metade do tempo a responder aos sindicatos. Praticamente não falou do PSD e ao CDS dedicou um a dois minutos. É também por isso que Costa provavelmente vai ganhar. Os sindicatos desgastam mas não disputam eleições”, disse o comentador.

Depois, “ficou claro que o Governo fez uma má gestão deste ciclo político de 4 anos”, considerou. “Esteve em alta em 2018, que não era ano de eleições; está em perda em 2019, que é um ano eleitoral. Como é que um primeiro-ministro com tanta habilidade política fez uma tão má gestão do ciclo político. É por isso que António Costa provavelmente não vai ter maioria absoluta”, referiu.

Em terceiro lugar Marques Mendes destacou a resposta de António Costa sobre as presidenciais.  “Pela primeira vez deu um sinal de que o PS pode não apresentar nenhum candidato presidencial contra Marcelo Rebelo de Sousa. Ao sugerir que a popularidade do Presidente da República lhe dá vitória com facilidade. Se for assim, o PS demonstra inteligência. Porque evita o risco de uma derrota humilhante”, conclui.

Sobre o novo partido Aliança, Marques Mendes, a propósito do congresso deste fim de semana, disse que “neste Congresso de fundação do partido, os dois grandes protagonistas foram, naturalmente, Paulo Sande, é candidato do partido às europeias, e Pedro Santana Lopes”.

O objectivo de Pedro Santana Lopes é claro, para o comentador, “quer afirmar-se e mostrar que é ele e não Rui Rio que lidera a oposição a António Costa. Por isso, endureceu o discurso em relação ao Governo. Radicalizou a mensagem (caso da saúde). É esse o seu caminho”.

Marques Mendes salientou que o PSD confronta-se com o facto de ser Assunção Cristas que lidera a oposição no Parlamento e fora do Parlamento, Pedro Santana Lopes vai tentar fazer o mesmo.

A nível internacional destacou a possibilidade de o Governo espanhol sair já na próxima semana.

Outros temas

Questionado sobre a requisição civil dos enfermeiros, Marques Mendes diz que “a tensão com o tempo vai começar a diminuir”. “Nos últimos tempos as coisas mudaram, mas os enfermeiros cometeram três erros: abusaram da greve, conseguiram o essencial e deviam ter parado aí. Exageram e perderam o apoio da opinião pública”.

“O Sindicato e Ordem deviam ser os primeiros a deixar tudo claro e transparente. Requisição civil é juridicamente arriscada mas politicamente correta”, acrescentou

Em relação à visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao bairro da Jamaica, o ex-ministro afirmou que o Presidente da República “teve um dos atos mais marcantes da sua presidência. Foi ao bairro para promover a inclusão e o multiculturalismo. Foi puxar pelos valores pelo Estado de Direito. Acho que as críticas dos sindicalistas foram infelizes”.

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