Marques Mendes: “António Costa vai remodelar o Governo em outubro ou novembro” (com áudio)

O comentador social-democrata Luís Marques Mendes disse no seu habitual espaço de análise que “a passividade” marcou o poder político no que tem a ver com os acontecimentos em torno dos festejos depois da vitória do Sporting no campeonato nacional de futebol. Para Marques Mendes, “a autoridade do Estado esteve ausente” – num quadro em que “o poder político ajoelha-se sempre perante o futebol, seja o Sporting, o Benfica ou o F. C. Porto”.

“Se houvesse vontade política” e “se houvesse um ministro da Administração Interna a sério” “nada disto tinha acontecido”, referiu Marques Mendes, que mais uma vez insistiu que o ministro não tem condições para Eduardo Cabrita se manter no cargo.

“António Costa quer fazer uma remodelação em outubro ou novembro e Eduardo Cabrita vai sair de certeza nessa altura”, disse ainda. “António Costa vai tentar esconder os ministros mais impopulares para que o PS não sofra nas eleições autárquicas. “A remodelação vau ser um grande teste à autoridade do primeiro-ministro, e a autoridade que tem já não é a mesma que chegou a ter”. “A autoridade é um bem que se degrada quando não se usa”, filosofou Marques Mendes.

Entretanto, o analista desvendou que “Há conversações entre o Governo e a Caixa Geral de Depósitos para que serviços do Estado passem a funcionar no enorme edifício do banco”.

Marques Mendes falou também da vacinação, para afirmar que “há um grande problema, que é a desigualdade entre os países ricos e os países pobres”. É um problema muito sério porque, enquanto as vacinas não chegarem aos pobres, não resolvemos o problema da pandemia”. “O Governo entregou 24 mil doses a Cabo Verde, o que foi muito bem”, disse.

“A vacinação está a correr bem”: foram 4,6 milhões de doses já administradas, com 1,4 milhões de cidadãos já com as duas doses administradas. “Atingimos a imunidade de grupo em princípio em agosto”.

Só assim é possível a retoma do corredor aéreo entre o Algarve e o Reino Unido. “Esperemos que seja em força, porque tivemos uma queda do PIB em que o turismo foi responsável por dois terços dessa queda”. “Somos um sucesso no controlo de pandemia, o que é uma grande oportunidade porque os nossos concorrentes, Espanha, Itália e Grécia, não estão na lista verde”. “O final da Liga dos Campeões desta vez no Porto” é também uma boa notícia.

Marques Mendes referiu-se também às parcerias público-privadas (PPP) da Saúde em relação aos quais o Tribunal de Contas veio dizer que foram vantajosas para o setor. “Representaram uma poupança para o Estado, dito por uma entidade do Estado”. “Há lugar para o SNS, para a gestão pública e para algumas PPP”.

O comentador social-democrata referiu-se ainda ao problema do conflito em Israel. “O que indigna mais é a impotência da comunidade internacional primeiro para o prevenir e depois para o mediar e resolver”, o que acaba por dar razão àqueles que querem “reformar a ONU”, disse.