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Marques Mendes diz que parecer “técnico” negativo da ERC ameaça compra da TVI

Segundo Luís Marques Mendes no seu comentário habitual da SIC, “o parecer dos serviços técnicos da ERC, ao que parece, é desfavorável à operação. Ou seja, é um parecer negativo”, mas Carlos Magno pode viabilizar a venda. Sobre a demissão de Pedro Passos Coelho, disse que ia provocar mudanças “profundíssimas” na sociedade. Considerou Pedro Passos Coelho um “bom primeiro-ministro”, num período difícil.
8 Outubro 2017, 21h58

A operação de compra da Media Capital pela MEO/Altice tem esta semana uma nova e determinante etapa. Na terça-feira, 10 de Outubro, é o prazo limite para a ERC  dê o seu parecer obrigatório e vinculativo (que se for negativo trava a venda).

Segundo Luís Marques Mendes no seu comentário habitual da SIC, “o parecer dos serviços técnicos da ERC, ao que eu apurei, é desfavorável à operação. Ou seja, é um parecer negativo”. Perante essa circunstância, é necessário que os três membros da direcção da ERC votem em conjunto contra a operação. “Se os três membros em conjunto forem de acordo com o parecer técnico, a operação está chumbada, mas se for como se fala, isto é, se dois vogais forem a favor do parecer dos técnicos e o presidente da ERC, como se diz, for a favor da Altice então o negócio segue o seu caminho e o processo segue para a Autoridade da Concorrência .

O presidente do organismo, Carlos Magno, pode assim ter a palavra final ao negócio. Se for a favor da compra da TVI pela Altice mesmo que os dois vogais votem contra o negócio “vai mesmo por diante, ficando a faltar a decisão final da Autoridade da Concorrência”, afirmou.

Sobre o Novo Banco, disse que o negócio estava a chegar ao fim, vai passar para as mãos da Lone Star até ao fim do mês, tal como o Jornal Económico avançou na sexta-feira. Marques Mendes diz que a autorização da DG Comp vai chegar terça ou quinta-feira. A Lone Star vai injectar tudo de uma vez e não em duas vezes como estava previsto, tal como o Jornal Económico deu em primeira-mão.

A comissão executiva é portuguesa, é basicamente a mesma que lá está (liderada por António Ramalho) também uma notícia revelada pelo Jornal Económico de sexta-feira. E conselho de administração será todo estrangeiro, revelou Marques Mendes.

Pedro Passos Coelho foi um bom primeiro-ministro

“A saída de Pedro Passos Coelho da liderança do PSD vai trazer mudança profundíssimas na situação nacional. Desde logo porque António Costa deixou de querer eleições antecipadas, e a ideia de uma maioria absoluta para o PS ficou muito mais distante”, disse ainda Marques Mendes comentando a mudança de líder do PSD.

“Pedro Passos Coelho não foi um bom líder da oposição, mas foi um bom primeiro-ministro num período dificílimo. Tirou o país da bancarrota e terminou um resgate dentro do tempo”, disse hoje Marques Mendes depois elogiar a decisão de demissão do emblemático líder do PSD.  Marques Mendes foi um dos mais críticos de Passos Coelho, no passado.

Marques Mendes criticou os solavancos que se têm verificado na candidatura à liderança do PSD. Recorde-se que Luís Montenegro decidiu não se candidatar e no dia a seguir Paulo Rangel, que era dado como candidato pelos “passistas”, invocou motivos pessoais para não avançar.

Luís Marques Mendes diz que Rui Rio deve desmistificar a ideia de que é o líder do PSD para um Governo de bloco central.

Amanhã, segunda-feira reúne-se o Conselho Nacional do PSD, às 21 horas, com a marcação das eleições diretas na agenda, e com a convocação do 37º congresso nacional.

O comentador ligado ao PSD, diz que a vitória autárquica de António Costa “foi boa demais” e por isso “tem o seu quê de pesadelo”. Marques Mendes diz que “no domingo provou-se que a geringonça só é lucrativa para um dos sócios, o PS”. O facto de o PS ter ganho a Câmara de Almada é a prova, para o comentador, que o PS entrou de vez no eleitorado do PCP. Pois os comunistas, com a geringonça, puxaram o PS para a esquerda e o eleitorado do PCP deixou de ver o PS como um partido de quase direita. “Mudou o quadro mental dos eleitores do PCP”, disse.

Na terça-feira a saída de Pedro Passos Coelho “vai ter uma influência brutal no PS”, realçou.

“Pedro Passos Coelho era o líder que António Costa queria defrontar nas próximas eleições legislativas”, disse o comentador. Para se definir como a “bondade” versus “austeridade”. Passos Coelho era “o seguro de vida da geringonça”. Sempre que um desentendimento (entre o PS, PCP e BE) se aproximava, havia sempre o aviso “cautela que está ali o Pedro Passos Coelho e a Maria Luís Albuquerque”, disse.

O PS vai “adocicar” o PCP porque “deixou de ter interesse em ter eleições antecipadas”, disse o comentador.

“Quando se perde [CDU perdeu 9 câmaras nas eleições autárquicas] na urnas vai-se para a rua, portanto vamos ver a intersindical nas ruas”.

Em termos de notas finais, para além dos já referidos assuntos Novo Banco e Altice/TVI, lembrou que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker vai estar em Portugal nos dias 30 (em Conselho de Estado) e 31 (doutoramento  honoris causa em Coimbra).

Na terça-feira no Porto vai ser divulgado um estudo a provar que o Porto é a melhor solução para a localização da Agência Europeia do Medicamento, disse Marques Mendes.

(atualizada)

 

 

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