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Marques Mendes: Pedro Nuno Santos “só tinha um caminho que era pedir a demissão e sair pela porta grande”

Especialmente duro da abordagem do primeiro-ministro sobre a divergência com Pedro Nuno Santos, Luís Marques Mendes disse que “isto não é apenas desautorizar o ministro, é maltratá-lo, é humilhá-lo, é desacreditá-lo na praça pública”, acrescentando que “não se faz um adversário político, muito menos a um colega de Governo”. 
13 Dezembro 2020, 21h17

O comentador político Luís Marques Mendes criticou a divergência pública entre o primeiro-ministro e o ministro das Infraestruturas considerando que António Costa desautorizou Pedro Nuno Santos em público, defendendo que enfraqueceu a posição do ministro, que “se foi desautorizado só tinha um caminho que era pedir a demissão e sair pela porta grande”.

“Este dossiê da TAP começa mal porque começa com um conflito político e público entre o primeiro-ministro e o ministro, Pedro Nuno Santos”, disse o advogado este domingo no habitual espaço de comentário na Sic, vincando que o ministro “queria uma coisa, o primeiro-ministro desautorizou-o em público”.

Especialmente duro da abordagem do chefe do Executivo, Luís Marques Mendes foi mais longe e disse que “isto não é apenas desautorizar o ministro, é maltratá-lo, é humilhá-lo, é desacreditá-lo na praça pública”, acrescentando que “não se faz um adversário político, muito menos a um colega de Governo”.

Contudo, sublinhou que “Pedro Nuno Santos também não sai bem”, sustentando que “se foi desautorizado só tinha um caminho que era pedir a demissão e sair pela porta grande”, devendo ter optado por dizer: “eu estou disponível para liderar o processo de reestruturação da TAP, apesar de ser um processo difícil, mas exijo que tenha um conjunto de regras para ele ser seguro, designadamente a ida ao Parlamento”.

“Saiu fragilidade, sai derrotado da sua autoridade”, disse, defendendo que o plano de reestruturação da TAP deveria ser votado no Parlamento, justificando que em circunstâncias normais os processos de reestruturação das empresas não devem ser votados no Parlamento, mas que o travão do Parlamento à transferência para o Novo Banco abriu um precedente e esta solução permitia comprometer os partidos.

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