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Marques Mendes: “uma semana desastrosa para o Governo”

O comentador do PSD acha que o Governo está a ficar com tiques de arrogância. Mas voltou a criticar o líder das oposição, Rui Rio, pela forma como está a gerir um partido de que é apenas líder e não dono.
28 Julho 2019, 21h29

O comentador político social-democrata Marques Mendes disse, no seu habitual espaço de opinião na SIC, que o “Governo teve uma semana desastrosa” pela forma como o primeiro-ministro António Costa e o ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita geriram a questão dos incêndios. Fizeram-no, segundo o comentador, “de forma arrogante” e sem qualquer tato político – até porque “há falhas na deteção dos fogos, nos alertas, e no combate”.

Para Marques Mendes, esses sintomas de arrogância são algo que parece ter diretamente a ver com o facto de o PS estar mais próximo da maioria absoluta. O que, como diria mais à frente – e se essa maioria absoluta se verificar – fará com que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, venha a ter de ter um novo papel, “mais interventivo”, como forma de equilibrar a força que o PS terá nessa circunstância.

Essa ‘obrigação’ de Marcelo decorre, segundo disse Marques Mendes, da “ausência da oposição”, ou seja, de Rui Rio, o líder do PSD. Como sempre, Marques Mendes foi bastante crítico da forma como Rui Rio gere o PSD: “ninguém gosta de votar num partido em permanente balbúrdia”, disse – para caraterizar a forma como o presidente do partido está a gerir a questão das listas social-democratas às próximas legislativas.

Para Marques Mendes, “Rui Rio é o líder e não o dono do partido”, e o burburinho que criou à volta da questão das listas acaba por originar uma espécie de silêncio em volta do que, como sucedeu na Madeira durante o dia de hoje, Rio diz enquanto líder da oposição.

Seja como for, e por uma questão de “higiene”, Marques Mendes disse que gostava que os candidatos às próximas eleições assumissem que “se alguém for investigado por crimes como os de corrupção devia assumir que suspenderia funções”. A questão é polémica, mas Marques Mendes afirmou que uma coisa “é a presunção jurídica de inocência, outra é a questão política”.

Marques Mendes falou ainda da greve dos camionistas de materiais perigosos, prevista para agosto: “a greve não faz sentido nenhum”, disse – uma vez que está escrito no acordo anterior que as negociações decorrem até ao final do ano. Ora, recordou, as negociações estão a decorrer, pelo que o pré-aviso de greve “é um oportunismo dos sindicatos”.

De qualquer forma, Marques Mendes considera que a questão da greve “é a mais difícil para o Governo até às eleições. Se o Governo gerir a questão com autoridade, se puser ordem na casa, sai a ganhar; se for tímido, pode sair politicamente penalizado”.

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