Os oito jovens marroquinos que desembarcaram, esta quarta-feira, em Monte Gordo, no Algarve, alimentaram-se de amêijoas cruas, fruta e água durante as 55 horas que durou a travessia.
Numa entrevista ao Jornal do Algarve (JA) , os oito migrantes contaram que trouxeram esses alimentos consigo, cerca de cinco quilos de amêijoas, 10 quilos de frutas e 10 litros de água, alimentos com que contaram desde que saíram no domingo de Mazagão (El Jadida), cidade costeira que fica a cerca de 100 quilómetros de Casablanca.
Para além de fome, os jovens confessaram terem passado muito frio quando chegaram à zona de rebentação da praia dos Pescadores de Monte Gordo. “Para ser sincero, vimos a morte de frente, porque temos 5 dias [na realidade menos de 4 dias completos], 55 horas de travessia”, confessou Amin Sehaba, 21 anos.
O motivo de migração para Portugal deve-se ao mau nível de vida do país de origem: “Para ser honesto, Marrocos não é bonito, não há trabalho, não há estudo, educação, nem direitos humanos, nem direitos da criança. O pior é que não há trabalho”, explicou Amin Sehaba, que quantificou em 200 euros o salário mínimo no seu país.
“Viemos honestamente a Portugal para trabalhar arduamente. Marrocos não tem emprego bom, com direitos”, segundo o migrante.
Apesar de admitirem que a intenção inicial era ir para o sul de Espanha, o migrante disse que Portugal é “um país bonito para viver”.
Depois do desembarque e da detenção policial, os jovens foram entrevistados no SEF onde lhes foi dado, também, almoço e banho. Segundo o jornal, os oito migrantes foram reencaminhados para o Centro de Acolhimento para Refugiados, em Lisboa, a cargo do Conselho Português para os Refugiados.
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