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Marta Temido: Vacinas contra a Covid-19 poderão ser expandidas a outros pontos do sistema de saúde

“Num primeiro cenário, vacinas serão distribuídas no SNS com carácter universal, gratuito e administradas de acordo com as características do medicamento e administradas em vários pontos do SNS, utilizando a cadeia do SNS numa primeira fase e eventualmente, expandindo para outros pontos do sistema com uma logística segura e registos que permitam monitorizar o processo”, realçou a governante.
  • António Cotrim / Lusa
3 Dezembro 2020, 16h08

Marta Temido, ministra da Saúde, admitiu esta quinta-feira, na sessão de apresentação do plano de vacinação que, apesar do processo de vacinação contra a Covid-19 ter como base o SNS, este plano pode ser expandido a outros pontos do sistema de saúde, sem no entanto concretizar essa questão.

“Num primeiro cenário, vacinas serão distribuídas no SNS com carácter universal, gratuito e administradas de acordo com as características do medicamento e administradas em vários pontos do SNS, utilizando a cadeia do SNS numa primeira fase e eventualmente, expandindo para outros pontos do sistema com uma logística segura e registos que permitam monitorizar o processo”, realçou a governante.

A ministra da Saúde salientou que “este processo vai ser acompanhado ao longo de largos meses” mas o mesmo “terá de ser dinâmico pela necessidade de acompanhar os estudos que forem desenvolvidos”.

Gratuita, facultativa e administrada no SNS

A ministra da Saúde disse esta quarta-feira que a vacina contra a covid-19, que poderá chegar a Portugal já em janeiro, será gratuita, facultativa e administrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Será obviamente uma vacinação gratuita, facultativa e a realizar no Serviço Nacional de Saúde”, adiantou Marta Temido sobre o plano de vacinação contra a covid-19 que será apresentado na quinta-feira.

A governante falava aos jornalistas, em Lisboa, no final de uma reunião que contou com a participação do primeiro-ministro, António Costa, o coordenador da task-force criada pelo Governo para desenhar o plano de vacinação e os ministros de Estado e da  Presidência, Mariana Vieira da Silva, da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.

Questionada sobre a hipótese de a vacina ser dada nos centros de saúde ou em grandes centros de vacinação menos descentralizados, Marta Temido disse apenas que seria através do SNS, apontando dois cenários possíveis.

“Um primeiro momento em que haverá um contexto de maior escassez no acesso a vacinas e, portanto, também à semelhança daquilo que outros países têm estado a planear será um cenário mais controlado, mas depois admitimos que ao longo do ano de 2021 passemos para um cenário de maior abrangência com mais doses disponíveis e também maior expansão dos pontos de administração”, explicou.

“Num cenário extremo de final de ano é equacionável que haja uma distribuição muito mais descentralizada do que num momento inicial”, realçando também que o processo de vacinação será longo e que os portugueses não se poderão “afastar das regras” a que se têm habituado em tempo de pandemia.

Apesar de admitir que as primeiras vacinas possam estar disponíveis nas primeiras semanas de 2021, caso a candidata da Pfizer/BioNTech seja já aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) na reunião agendada para 29 de dezembro, a ministra ressalvou que essa disponibilização depende de vários fatores.

“Qualquer um dos países da União Europeia só terá vacinas se a indústria farmacêutica as disponibilizar, se a EMA lhes der um parecer favorável – porque acima de tudo estão questões de segurança, de efetividade e de qualidade – e de acordo com aquilo que seja a chegada que as próprias companhias farmacêuticas fazem acontecer a cada um dos países dos seus produtos”, descreveu.

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