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MasterCard admite tirar nome do logótipo

A empresa acredita que as cores e a forma do logótipo poderão ser suficientemente marcantes para o consumidor os associar à marca.
25 Outubro 2017, 07h05

Dois anos depois de ter alterado o logótipo, a MasterCard Portugal admite eliminar de vez o nome que ainda surge junto à imagem da empresa, disse ao Jornal Económico o diretor-geral, Paulo Raposo. A firma de pagamentos acredita que as cores e a forma do logótipo poderão ser suficientemente marcantes para o consumidor os associar à marca.

“A MasterCard tem aquilo a que chamamos o nosso negócio secular, uma rede mundial, onde fluem transações, e uma marca que evoluiu há dois anos e se tornou mais digital e icónica. Simplificámos a palavra ‘MasterCard’. Ainda a temos, mas o logótipo já começa a adotar outras nomenclaturas e esperamos, a dada altura, que o logo por si só seja iconográfico para o consumidor poder associar à marca”, explicou, no Mastercard Innovation Forum.

À margem do evento de apresentação nos novos sistemas de pagamentos, de posicionamento da empresa e de networking, o general manager da MasterCard Portugal sublinhou que a marca transformou-se e é “mais clean, simples e adaptada ao mundo digital”. “Continuamos a operar no mundo tradicional, com a emissão de cartões, mas agora há um enriquecimento com o MDES [Mastercard Digital Enablement Service], por exemplo”, justificou, na entrevista ao semanário.

Paulo Raposo considera que houve ainda mudanças na relação com o cliente e que empresa se tem vindo a adaptar, inclusive porque, nos últimos seis/sete anos, adquiriu várias entidades que prestavam serviços na área dos meios de pagamento de forma autónoma. “Tivemos de nos adaptar para acolher essas equipas”, explicou.

Bancos: os eternos conservadores?

Num encontro onde a tecnologia e o dinheiro se fundiram, o responsável da MasterCard confessou que o “tsunami” da digitalização e dos novos sistemas que vão chegando encontra maior resistência nas empresas mais tradicionais, nomeadamente, os bancos. Enquanto olhavam para os problemas interinos – requisitos de capital, custos da estrutura, crédito malparado -, perderam a atenção ao meio exterior à entrada de novos players, entre os quais comerciantes, e só agora se começaram a aperceber das potencialidades da indústria de pagamentos digitais.

A seu ver, trata-se de um processo de adaptação relacionado com a disrupção tecnológica. Paulo Raposo acha “que os bancos portugueses enfrentam grandes desafios que decorrem da natureza do seu negócio, por o fazerem num ambiente muito tradicional e porque passaram por um momento crítico, desde 2012 até agora, que ainda não terminou e que os desfocou do que está a acontecer”. “Não estão atrasados, mas sim desfocados”, acrescentou.

No entanto, o regulador trouxe estímulos ao setor com a diretiva PSD2, que entrará em vigor no próximo ano, e que deu azo a que muitas startups e fintechs quisessem entrar neste mercado. O porta-voz da MasterCard acredita que são sempre uma ameaça mas há uma mensagem positiva, tendo em conta que “mais de 48% dos milennialls dizem que confiam nos bancos, porque estes continuam a estar ligados a assuntos como a segurança, o sigilo – o seu capital de valor”.

Paulo Raposo sugere que as entidades bancárias se tornem mais flexíveis, uma vez que a estrutura vertical “pesada” está a perder peso para o conceito de “bazar”, em que diversas empresas que funcionam nas plataformas digitais e que prestam determinados serviços que o consumidor pretende.

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