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Mastercard: “Os dados passaram a estar distribuídos e não concentrados. É uma realidade nova”

O Mastercard Innovation Forum 2019 pôs o tema da privacidade no palco. André Mestre, account executive de Empresas da Microsoft Portugal, defende que há empresas que não estão a saber tirar partido dos dados por causa do volume, da forma de os compilar e aceder e da infraestrutura tecnológica.
27 Junho 2019, 07h40

Há 3,9 mil milhões de pessoas conectadas à Internet em todo o mundo, ano passado foram feitas 3.877.140 pesquisas no Google, todos os dias são atualizados 1.000 terabytes de dados no Facebook e por minuto são criados 120 perfis no LinkedIN e realizadas mais de 1.300 viagens na Uber. A era da informação começou e a necessidade de os gestores transformarem a sua organização numa «empresa digital hipercompetitiva», reorganizar a estrutura de trabalho e alterar a aplicações e programas nunca foi tão grande, segundo Paulo Raposo, country manager da Mastercard Portugal.

Logo, uma empresa de Tecnologias da Informação (TI) deve agora utilizar a tecnologia e os dados para gerar valor e não só reduzir custos operacionais. Ainda assim, o diretor executivo da Mastercard em Portugal lembra que “nunca como hoje” as empresas que produzem e utilizam dados dos consumidores tiveram de ter um cuidado tão acrescido com questões éticas, devido a exigências regulatórias e à necessidade de consciencializarem de que eles não lhes pertencem.

“Estamos a falar de dados distribuídos em vez de dados concentrados em databytes. Cerca de 10% do data que é gerado já não sai da componente de onde é gerado, por exemplo, de um telemóvel – e ainda nem estamos a falar do 5G. Ou seja, esse dado é tratado e usado para uma ação sem ir para um data center, o que é uma realidade nova”, explicou, na sessão de abertura do último Mastercard Innovation Forum (MIF), em Lisboa.

André Mestre, account executive de Empresas da Microsoft Portugal, confirma que a maioria das organizações com as quais a tecnológica de software trabalha “tem o desafio dos dados”, por estarmos a gerar mais quantidade de informação por ano do que gerámos nos últimos 30, 40 ou 50 anos. O especialista em soluções de Big Data e Advanced Analytics salienta que além do zettabyte – que corresponde a 1.099.511.627.776 gigabytes – já se fala noutras unidades de medida, como os yottabytes e os brontobytes.

“Porque é que não estamos todos a tirar partido dos dados?”

Segundo um estudo da Gartner, 10% das empresas admite que terá uma equipa ou um departamento exclusivamente dedicado a tratar os dados e a torná-los proveitosos em termos de negócio. “A pergunta que normalmente se coloca: porque é que não estamos todos a tirar partido dos dados? Como é que se pode ser diferenciador? O problema é o volume e a forma como os consigo capturar, compilar e aceder. Há também questões relacionadas com a infraestrutura tecnológica”, defendeu André Mestre na edição 2019 do MIF, que se realizou esta quarta-feira, no Lx Factory.

Neste contexto de aumento de fluxo de informação e até de cursos superiores de ciências dos dados, André Mestre referiu, ainda assim, que a Microsoft “não tem a ambição de levar tudo” para o armazenamento na ‘nuvem’. “Sejamos realistas, não irá tudo passar para a cloud”, disse. O mesmo não acontece com a inteligência artificial, que entrou nos produtos da gigante desde o Outlook ao PowerPoint, que é agora capaz de ser um “orientador” de apresentações digital e dar ao longo dos diapositivos (i.e. – se estiver em casa a treinar a apresentação, o sistema é capaz de o avisar se disse demasiados “hum” ou leu os slides em vez de os explicar).

O evento, cujo tema foi “Trusted Life Connections” (“Relações de Confiança para a Vida”), contou, como tem vindo a ser habitual, com a apresentação de soluções tecnológicas da Mastercard para pagamentos (quer para consumidores quer para comerciante) numa área de demonstrações. Em exibição estiveram produtos como o Immersive Commerce, o Secure Remote Control, o AR in-store , o Cardless ATM C, os wearables das marcas com as quais a empresa de pagamentos tem parcerias, os sistemas de controlo por voz ou o MDES for Merchants.

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