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Matosinhos: Multinacional abre centro de inovação e cria 350 postos de trabalho

A multinacional Vestas, ligada ao setor eólico, vai criar 350 postos de trabalho com a abertura de um centro de inovação no complexo da Lionesa, indicou hoje o administrador do grupo localizado em Leça do Balio, Matosinhos.
23 Novembro 2017, 18h50

Em declarações à agência Lusa, no âmbito da cerimónia de lançamento do projeto, Pedro Pinto avançou que a Vestas pretende investir entre cinco e dez milhões de euros no Norte do país, tendo um contrato mínimo de dez anos.

O responsável tem expectativa de que a este investimento se juntem outros e falou em mais duas multinacionais com as quais a Lionesa prevê “fechar negócio até ao final do ano”.

Soma-se a ampliação da Farfetch, uma empresa de comércio eletrónico de artigos de luxo, que já se localiza em Leça do Balio e que pretende recrutar mais 300 trabalhadores.

No total, Pedro Pinto aponta para a criação de 700 novos postos de trabalho, sem deixar de mostrar alguma “mágoa”, como descreveu, pela ausência da tutela na cerimónia de hoje que decorreu em Lisboa.

“Trazer a Vestas para o Porto com cinco meses de negociações duras, sem a ajuda de ninguém, enche-nos de orgulho mas obriga-nos a um desabafo. Não tivemos nenhuma força política, nenhuma instituição pública a dar-nos apoio e estranhamente hoje não temos aqui nenhum ministro, nem nenhum membro do Governo a testemunhar este anúncio”, disse o administrador da Lionesa.

E acrescentou: “fala-se muito da Agência Europeia do Medicamento e do Infarmed mas existem outros projetos e não sei qual deles é mais importante. Acho que o importante é ter capacidade de captar investimento estrangeiro para o nosso país”.

O centro empresarial da Lionesa nasceu em 2002 e tem atualmente 127 empresas instaladas.

Em março, quando se colocava a hipótese de ampliar as instalações atuais ou criar novas em outras localizações, os responsáveis da Lionesa decidiram avançar com um projeto de ampliação dos atuais 44 mil metros quadrados para 105 mil.

O objetivo foi traçado com horizonte até 2025, mas Pedro Pinto acredita que se concretizará antes.

O investimento total da Lionesa é de 100 milhões de euros e inclui uma zona desportiva com oito campos de ‘padle’, a construção de um hotel, ginásio e de residências universitárias e empresariais.

Pedro Pinto também destacou o envolvimento do arquiteto Siza Viera na idealização de uma obra que conviverá com o Mosteiro de Leça do Balio, bem como o empenho da Câmara de Matosinhos que deverá inaugurar uma ciclovia junto ao rio Leça já na próxima primavera.

“O projeto da câmara vem alterar a relação da Lionesa com todo o rio Leça e a obra do génio [Siza Vieira] cria um confronto muito interessante de arquitetura junto a um mosteiro do século XI. São aspetos que transportam o projeto Lionesa para um outro patamar. Conseguimos alavancar muito investimento para a cidade do Porto e para a região”, referiu o administrador.

Sobre a escultura que terá assinatura de Siza Vieira, informação remetida à Lusa pela Lionesa, aponta que será uma “caixa dentro da caixa”, uma obra integrada no objetivo de preservação, conservação e divulgação do património ligado à história e aos Caminhos de Peregrinação até Santiago de Compostela.

“Como o rio corre para o mar, do mosteiro criam-se novos pontos de partida dos Caminhos de Santiago, unindo a caixa branca de Siza em Leça do Balio à caixa santa que é a ‘catedral dentro da catedral’ que o mesmo Siza finaliza hoje nesse destino de tantos chamado Santiago”, descreve a informação.

Paralelamente a Lionesa também está a lançar, com a Porto Business School, a Beta-i e a Bright Pixel (Sonae IM), o projeto Reactor, descrito por Pedro Pinto como um acelerador de ‘startups’: “Queremos que a Lionesa seja também um grande centro de empreendedorismo do país”, concluiu.

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