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May: Bombardeamentos do Reino Unido, EUA e França à Síria são “legais e justificados”

A primeira-ministra britânica explicou que o Reino Unido concluiu que o uso de armas químicas não se poderia tornar normal. Por isso, o país decidiu, em conjunto com os EUA e França, bombardear alagadas instalações de armas químicas utilizadas pelo regime de Bashar al-Assad.
  • REUTERS/Kevin Lamarque
14 Abril 2018, 09h53

Theresa May defendeu este sábado que a operação militar conjunta na Síria, realizada pelo Reino Unido, EUA e França esta madrugada, são legais e justificadas. Os bombardeamentos estarão associados a instalações de armas químicas utilizadas pelo regime de Bashar al-Assad. Trata-se de uma retaliação contra o alegado “ataque químico” da semana passada em Damasco, atribuído ao regime de Assad, que causou 40 vítimas mortais.

A primeira-ministra britânica explicou que o Reino Unido concluiu que a ação era “correta e legal”, sublinhando que “o uso de armas químicas não se pode tornar normal”.

“Não está em causa a intervenção numa guerra civil ou uma mudança de regime”, acrescentou May, numa declaração a partir de Downing Street. Referiu ainda que o país irá continuar à procura de uma solução diplomática.

Os três países bombardearam na madrugada deste sábado alvos que estarão associados a instalações de armas químicas utilizadas pelo regime de Bashar al-Assad. Donald Trump, que anunciou o ataque a partir de Washington, também já tinha dito que o objetivo era impedir “a produção, disseminação e utilização de armas químicas”.

Trump falava em Washington e começavam explosões em Damasco

“Ordenei às forças armadas dos Estados que lancem ataques de precisão contra alvos associados com as capacidades de armas químicas do ditador sírio Bashar al-Assad”, declarou o presidente dos EUA esta noite, na Casa Branca.

Ao mesmo tempo que Trump anunciava a operação militar reportaram-se várias explosões em Damasco, segundo noticia a Al-Jazeera. A mesma estação televisiva informa que as baterias anti-aéreas do regime “responderam ao ataque desta noite”.

Por seu lado, uma testemunha citada pela Reuters diz que Barzeh, uma zona na região norte de Damasco onde está instalado um laboratório científico, foi atingida pelo bombardeamento dos EUA e respetivos aliados europeus. O jornal “The Guardian” revela que quatro caças Tornado da Força Aérea Real (“RAF – Royal Air Force”) levantaram voo a partir do Chipre e lançaram mísseis contra uma antiga base militar na Síria, perto da cidade de Homs, “onde o regime sírio terá mantido precursores de armas químicas”.

Em conferência de imprensa no Pentágono, EUA, o general Joseph Dunford afirma que os EUA “identificaram especificamente” alvos para “mitigar o risco de forças russas serem envolvidas”.

O mesmo general, líder do Estado-Maior Conjunto dos EUA, assegura que “esta vaga de ataques aéreos terminou e por isso é que estamos a falar agora”. Ou seja, a conferência no Pentágono realizou-se após a conclusão da primeira operação de bombardeamentos na Síria. Quase ao mesmo tempo, a televisão estatal da Síria noticia que os mísseis que alvejaram Homs foram interceptados e não causaram danos.

Moscovo pediu reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU

A Rússia já reagiu aos eventos e anunciou que vai pedir uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, que classificou de “ações agressivas” dos aliados dos EUA. “A Rússia denuncia com a maior firmeza o ataque à Síria, onde militares russos ajudam o governo legítimo a lutar contra o terrorismo”, disse o Kremlin num comunicado, citado pelas agências.

Através da rede social Twitter, o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, criticou o ataque, dizendo que “está a ser implementado um cenário pré-desenhado”. Avisou ainda que “insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível”.

“Nós avisámos que tais ações não serão deixadas sem consequências. Toda a responsabilidade por essas ações cabe a Washington, Londres e Paris”, sublinha a mensagem de Antonov. “Insultar o presidente da Rússia é inaceitável e inadmissível. Os EUA – o detentor do maior arsenal de armas químicas – não tem direito moral de culpar outros países”, conclui o diplomata russo.

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