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May e Juncker satisfeitos com progressos alcançados

Equipas técnicas vão encontrar-se ao longo da semana para limar o acordo. A primeira-ministra e o presidente da Comissão devem encontrar-se novamente antes da cimeira do próximo domingo.
  • Reuters
22 Novembro 2018, 08h34

Não fosse o histórico por trás do encontro da noite passada entre a primeira-ministra britânica, Theresa May, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, dir-se-ia que as negociações para o Brexit teriam sido uma espécie de encontro entre dois amigos que vão separar-se mas prometem encontrar-se todos os anos para regressar aos velhos tempos.

“Tivemos uma reunião muito boa esta noite, fizemos mais progressos e, por conseguinte, demos orientações suficientes aos nossos negociadores. Espero que consigam resolver os problemas que ainda existem e que esse trabalho comece imediatamente”, disse Theresa May no final da reunião com Juncker.

Mais ainda: “tenciono voltar para mais reuniões, incluindo com o presidente Juncker, no sábado, para discutir como podemos concluir este processo e para que seja uma conclusão do interesse de todo o nosso povo”, disse.

O encontro lança boas perspetivas para os trabalhos até ao final da semana e para a cimeira que está em preparação para o próximo domingo – mas não foram avançadas as áreas em que as duas equipas estão a trabalhar, nem foi explicado se alguma das partes conseguiu algum avanço nas áreas que lhe são mais importantes.

O trabalho conjunto das equipas ao longo do que resta da semana é importante principalmente para Theresa May, que precisa de chegar ao Reino Unido munida de ‘armamento’ suficiente para combater os rebeldes do seu partido – que, não tendo conseguido à primeira, preparam novo embate para promover a demissão da primeira-ministra e avançar para um Brexit sem acordo (ou, pelo menos, sem aquele acordo).

Cabe agora aos 27 aceitarem o acordo que lhes será formalmente apresentado na cimeira de domingo, em Bruxelas. Até lá, Juncker terá ainda que acalmar as suspeições que Espanha já manifestou em relação a Gibraltar – um paraíso fiscal que está nas mãos do Reino Unido e que os espanhóis reivindicam como seu devido à proximidade (argumento que não aceitam em relação a Ceuta e Melilha). Além destas dúvidas do governo socialista espanhol, as reações dos restantes países deixam antever uma cimeira bastante calma.

Depois disso, May ainda tem pela frente o ‘seu’ sobressaltado parlamento. Cabe aos deputados britânicos aprovarem o acordo alcançado entre o Reino Unido e a União Europeia. Mas, mesmo que consiga manter uma boa relação com Bruxelas, é pouco provável que a primeira-ministra obtenha, em casa, uma maioria parlamentar para validar a separação.

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