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Medidas de apoio travaram em 2% diminuição do emprego, estima BdP

O Banco de Portugal calcula que as medidas de apoio ao emprego contribuíram para impedir a sua diminuição. O regulador estima ainda que o número de horas efetivamente trabalhadas teve uma “diminuição sem precedentes”.
  • Flickr/MATT WRITTLE
5 Maio 2021, 11h36

As medidas de apoio ao emprego permitiram conter a quebra da taxa de desemprego em 2%, ainda que se tenha registado uma diminuição “sem precedentes” no número de horas efetivamente trabalhadas. Os dados são do Banco de Portugal (BdP), que no “Boletim Económico de maio”, divulgado esta quarta-feira, assinala que esta diminuição se refletiu num aumento da produtividade aparente por hora trabalhada.

“As medidas de salvaguarda do emprego contribuíram para conter a sua redução em 2%, menos de um terço da queda de 6,4% do VAB”, pode ler-se no estudo da instituição presidida por Mário Centeno.

O regulador bancário assinala que se verificou “uma diminuição sem precedentes no número de horas efetivamente trabalhadas (9,2%), que se traduziu num aumento da produtividade aparente por hora trabalhada”.

“É no mercado de trabalho que se ganha ou se perde uma crise económica”, afirmou o governador do BdP, Mário Centeno, no decorrer da apresentação do “Boletim Económico”, vincando que “o layoff simplificado não é, aquilo que chamamos em economia, um almoço grátis”.

O BdP destaca o impacto do lay-off simplificado, que atingiu cerca de 25% do emprego por conta de outrem. “No caso dos trabalhadores por conta própria e trabalho familiar, a queda do emprego e das horas trabalhadas foi superior, em particular nos setores mais expostos à crise e para os indivíduos mais jovens e com menor escolaridade”, identifica.

Por outro lado, destaca o número de trabalhadores com contrato sem termo, com idade superior a 45 anos e com ensino superior.

“Dado o aumento da inatividade,a taxa de desemprego subiu apenas 0,3 pp para 6,8%, mas a taxa de subutilização do trabalho, uma medida mais lata da subutilização dos recursos produtivos no mercado de trabalho, aumentou 1,2 pp para 13,9%”, aponta.

Segundo o BdP, registou-se um aumento do emprego com contrato sem termo, com duração superiora 12 meses, de trabalhadores de idade superior a 45 anos e com ensino superior, enquanto por outro lado, o número de empregos com contrato com termo, a tempo parcial, e ocupados por trabalhadores entre os 15 e os 24 anos e com escolaridade até ao terceiro ciclo do ensino básico registou quedas entre 7% e 17%.

“Em 2020, o emprego foi retido nas empresas, à custa de um esforço muito significativo das empresas, do Estado e obviamente do próprios trabalhadores”, vincou Mário Centeno.

(Atualizado)

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