A companhia de seguros de saúde Médis deverá fechar este ano com um crescimento que quase duplica o do mercado, mantendo a tendência de evolução dos últimos anos. Para o futuro, quer manter o ritmo e está a investir na forma como aborda o mercado, recorrendo às novas tecnologias.
Em novembro de 2017, a companhia que integra o grupo da seguradora multinacional belga Ageas registou um crescimento de 18%, face a igual período do ano passado, enquanto o mercado português se expandiu a um ritmo de 10%. Esta evolução deve-se, em parte, à transferência da carteira da Ageas em Portugal para a Médis, o que representa um acréscimo de 26.235 pessoas seguras e 12 milhões de euros de prémios anuais, permitindo à companhia ultrapassar os 30% de quota de mercado.
O presidente-executivo da Médis, Eduardo Consiglieri Pedroso, diz ao Jornal Económico que, para análise da evolução do negócio, não têm em conta este valor.
“É um crescimento dentro do próprio grupo. É verdade que na conta de exploração da Medis tem reflexo, mas é uma transferência de uma carteira que estava dentro de uma empresa do grupo, que é a Ageas, para dentro da Medis”, explica.
Sem esta transferência de carteira, a Médis está a crescer ligeiramente acima do mercado – 10,5%, com um volume de prémios da ordem dos 197,5 milhões de euros, o que representa um desvio positivo de 4,8% face ao que estava orçamentado.
Esta, ainda assim, menor taxa de crescimento da Médis em 2017 é explicada pela transformação da PT ACS – associação de cuidados de saúde da PT Portugal, agora na órbita da Altice –, que passou de um subsistema de saúde para um seguro de saúde.
Mesmo neste contexto, a companhia liderada por Consiglieri Pedroso cresceu ligeiramente acima do mercado, beneficiando da conquista de grandes clientes, nomeadamente a Autoeuropa, num contrato que teve início em julho e representa 2 milhões de euros e 10.285 pessoas seguradas. A fábrica de Palmela do construtor automóvel alemão Volkswagen tornou-se o segundo maior cliente da Médis.
Investimento reforçado em TI
Na avaliação do desempenho este ano, regista-se um aumento dos custos administrativos, que nos primeiros oito meses do ano estavam a subir 12,7%, face a igual período de 2016, para 13 milhões de euros, o que traduz a aposta da companhia no desenvolvimento futuro – com o projeto Médis Next Level e maiores custos em tecnologias de informação.
A companhia tem investido, por exemplo, num conceito inovador de utilização da televisão como canal de distribuição, num projeto com a Vodafone TV. Através do comando da televisão, o consumidor pode pesquisar por especialistas na área da saúde, nas áreas próximas da residência, e receber contatos e mapas de localização para um plano de saúde. O seguro pode ser adquirido diretamente neste canal.
Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.
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