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Membro da “resistência” a Trump dentro da Casa Branca vai lançar livro “explosivo e chocante”

O membro do Governo norte-americano que criticou o presidente no artigo de opinião anónimo no New York Times escreveu um “livro explosivo” que “oferece um relato chocante” sobre a presidência de Donald Trump.
23 Outubro 2019, 09h44

Um membro da administração de Donald Trump prepara-se para lançar um livro. Este responsável que atua sob o manto do anonimato foi o responsável por um artigo de opinião no New York Times em 2018 que foi fortemente criticado por Donald Trump.

O livro tem o nome de “Warning” (“Aviso”) e vai ser lançado nos Estados Unidos a 19 de novembro, avança a CNN.

O autor vai permanecer anónimo com fontes próximas ao autor a garantirem que foram “tomadas preucações para proteger a identidade do autor”.

“Este livro explosivo oferece um relato chocante, em primeira mão, do presidente Trump”, segundo a editora do livro.

A editora e os agentes do escritor garantem que foram tomadas medidas para garantir que o autor é a mesma pessoa que escreveu o artigo de opinião no NYT em setembro de 2018 com o título: “I am part of the resistance inside the Trump administration” (“Eu faço parte da resistência dentro da administração Trump”).

“O autor recusou um adiantamento de uma elevada quantia de dinheiro e pretende doar uma parte substancial das receitas à Associação dos Jornalistas da Casa Branca e outras organizações que lutam por uma imprensa livre que procura a verdade” disse Matt Latimer da Javelin, a empresa que representa o autor.

Questionado pela CNN, tanto a editora como os representantes recusaram esclarecer se o autor continua a fazer parte da administração.

A intenção do autor é travar a reeleição de Donald Trump em 2020. Uma das fontes próximas do autor aponta que o livre pretende atingir dois públicos: “Todo o país e os eleitores de Trump, pelo menos os persuadíveis. A esperança é o livro chegar às mãos dos persuadíveis”.

No artigo de opinião no New York Times, o autor descreveu Donald Trump como um presidente sem moral, que se opõe a muitos valores conservadores como a liberdade, considerando-o “impetuoso, contraditório, mesquinho e ineficaz”.

“Muitos dos responsáveis séniores da sua própria administração estão a trabalhar de forma diligente a partir do interior para frustrar partes da sua agenda e as suas piores inclinações”, escreveu em setembro de 2018.

Na altura, Donald Trump reagiu defendendo que o então procurador-geral devia investir o autor.

“O Jeff [Sessions] devia investigar o autor daquele artigo porque eu penso que se trata de uma questão de segurança nacional”, disse o presidente em novembro de 2018.

“Vamos supor que vai ter lugar uma reunião com alto nível de segurança, e ele está presente. Numa reunião de alto nível com a China, Rússia ou Coreia do Norte, e este tipo vai. Eu não o quero nestes encontros”, afirmou o presidente.

O livro vai ser publicado numa altura em que começa a ganhar forma o inquérito do Congresso que pode resultar numa destituição (“impeachment”) do presidente.

Uma fonte aponta que o autor pode ser o “equivalente histórico ao Garganta Funda”, o denunciante do caso Watergate, polémica que contribuiu para a demissão do presidente Richard Nixon em agosto de 1974.

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