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Membro das listas do PSD renuncia ao lugar em divergência com “jogos de bastidores” das estruturas políticas

O nome de Nuno Miguel Henriques foi aprovado em Conselho Nacional na noite de terça-feira para segundo suplente da lista de Castelo Branco. O candidato sai em discordância com as escolhas da atual direção para as listas, que acusa de “sectarismos e jogos de bastidores pouco éticos e razoáveis”.
  • Cristina Bernardo
1 Agosto 2019, 07h42

O nome indicado pelos Trabalhadores Social Democratas (TSD) da Beira Baixa para integrar as listas do PSD às eleições legislativas, Nuno Miguel Henriques, renunciou esta quarta-feira ao lugar. O nome de Nuno Miguel Henriques foi aprovado em Conselho Nacional para segundo suplente da lista de Castelo Branco, tendo sido anunciada na mesma noite a renuncia do candidato.

Numa mensagem publicada na sua página do Facebook, Nuno Miguel Henriques diz que deixa o lugar nas listas do PSD, “lamentando a falta de presença de intelectuais e profissionais do setor da cultura nas listas em lugares prestigiantes às eleições de 6 de outubro de 2019”. Licenciado em ciências sociais, consultor de imagem e declamador de poesia, o social-democrata considera que a cultura é uma das áreas que mais tem sido “abandonada e maltratada no Partido Social Democrata”.

Nuno Miguel Henriques aponta ainda outras razões que motivaram a sua saída. Entre elas está o facto de a lista não ter sido elaborada e enviada pela distrital albicastrense para direção nacional do PSD, “por ordem alfabética, como havia sido solicitado pela comissão política nacional” e a falta de candidatos que representem “o eleitorado do norte do distrito, em particular da Cova da Beira com os concelhos de Covilhã, Fundão, Belmonte e Penamacor”.

O social-democrata, que tentou disputar a liderança do PSD com Pedro Passos Coelho, em 2011, diz ainda que “num distrito envelhecido como o de Castelo Branco, não faz qualquer sentido, a não ser por sectarismos e jogos de bastidores pouco éticos e razoáveis, apresentar a representante da JSD, sem ser uma mais valia relevante ainda na sociedade ou no partido, antes do representante dos TSD, ainda mais sendo a jovem natural do mesmo concelho que a cabeça de lista”.

A juntar a estas razões, Nuno Miguel Henriques aponta “a falta de escolha por mérito, currículo e dimensão dos nomes a nível nacional e a capacidade de mobilização para defender a renovação ideológica, programática e de paradigmas, com a capacidade de defender os interesses da região e de servir o próximo, em vez de se servirem da política, limitando-se a contabilidades e a lógicas há muito ultrapassadas, na forma de fazer política no mundo no século XXI”.

“Em coerência com o voto não positivo em reunião da distrital, com os argumentos e a exposição feita em Assembleia Distrital no Auditório do IPDJ de Castelo Branco, porque quem me conhece sabe que honro a palavra dada e faço questão de não ter duas caras, resta-me renunciar ao lugar de candidato, apresentado aos conselheiros nacionais do PSD, em Guimarães, porque não aceito ser hostilizado por questões partidárias que não me identifico”, afirma.

Nuno Miguel Henriques diz ainda que vai continuar a dedicar-se ao seu trabalho poético, cultural e artístico, continuando a fazer “política de cidadania ativa”.

A lista de candidatos do PSD a deputados pelos 22 círculos eleitorais foi aprovada esta terça-feira, em Conselho Nacional. A lista de Castelo Branco é liderada por Cláudia André. Seguem-se os candidatos Luís Santos, Carlos Faria e Márcia Nunes como efetivos. Já Paula Agostinho, Nuno Henriques, Vanda Ferreira e António Moreira foram apontados como suplentes.

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