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Menos petróleo importado e o efeito da greve em Sines provocam queda de 3,9% no movimento portuária do primeiro semestre

A diminuição das importações de petróleo bruto, em Leixões e Sines, e as perturbações laborais registadas em Sines, determinaram a redução da atividade dos portos do continente, revela a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que no primeiro semestre caíram 3,9%.
9 Agosto 2019, 13h08

Os portos comerciais do continente registaram uma queda de 3,9% na carga total movimentada no primeiro semestre de 2019 relativamente ao período homólogo de 2018, com 44,6 milhões de toneladas movimentadas, revela a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). Para a redução da atividade portuária contribuíram, segundo a AMT, “a diminuição das importações de petróleo bruto, em Leixões e Sines, e as perturbações laborais registadas em Sines”.

Entre os portos com melhor desempenho, destacou-se Aveiro, que registou neste semestre a melhor marca de sempre no volume de carga movimentada, ao crescer 62,5 mil toneladas face ao período homólogo de 2018. Apesar das vicissitudes registadas durante o primeiro semestre no sector portuário nacional, “em termos de dimensão, o porto de Sines continua a liderar com maioria absoluta correspondente a uma quota de 53,3% do total”, refere a AMT.

Assim, no primeiro semestre de 2019, os portos do continente registaram um decréscimo de 3,9% face a igual período de 2018, movimentando 44,6 milhões de toneladas, uma quebra explicada, segundo a AMT, “pela diminuição de petróleo bruto operado nos portos de Leixões e Sines e também pela perda de carga contentorizada em Sines, por efeito da greve dos trabalhadores portuários do Terminal XXI”.

A AMT refere que o “porto de Aveiro merece particular destaque”, após ter registado, nos primeiros seis meses deste ano, “um crescimento homólogo de 62,5 mil toneladas” (mais 2,4%), mantendo “o registo de melhor marca de sempre no volume global de carga movimentada”. No entanto, Sines também “regista neste período a melhor marca de sempre no volume de produtos petrolíferos e de outros granéis líquidos”, refere a AMT.

A nível de mercados de carga, o primeiro semestre registou desempenhos interessantes na carga contentorizada, carga Ro-Ro e carga fracionada em Leixões, com acréscimos, respetivamente, de mais 8,4%, mais 18,3% e mais 16,6%. “A carga fracionada em Aveiro cresceu 13,8%, cerca de mais 98 mil toneladas”, refere a AMT.

O porto de Sines mantém a sua quota do volume de carga abaixo dos 50%, fixando-se no mês de junho em 49,7% (menos 0,4 pontos percentuais face ao primeiro semestre de 2018), seguido de Leixões (21,4%), Lisboa (12,4%), Setúbal (7,9%) e Aveiro (6,1%), segundo os dados da AMT.

Nos primeiros seis meses deste ano, o movimento de contentores registou uma variação global negativa de 3,1% no volume de TEU (a medida padrão para contentores de 20 pés de comprimento) movimentados (o que corresponde a cerca de menos 1,4 milhões de TEU em termos homólogos). Este desempenho é explicado não só pelo desempenho negativo da carga contentorizada em Sines, devido às perturbações laborais observadas neste porto, como também pelos registos negativos apresentados em Lisboa, Setúbal e Sines. Neste segmento, apenas Leixões e Figueira da Foz exibiram um comportamento positivo, com acréscimos de, respetivamente, mais 9,6% e mais 8,8%, adianta a AMT. Ainda neste segmento, a AMT sublinha que o porto de Sines continua a liderar, detendo uma quota de 53,3%, seguindo-se Leixões (24,3%), Lisboa (16,4%), Setúbal (5,2%) e Figueira da Foz (0,8%).

“No porto de Sines continua a assistir-se a uma ligeira modificação no segmento de contentores, com uma ligeira perda de representação das operações de transhipment que assumem no período em análise cerca de 70% do total, isto é, menos 9,2 pontos percentuais do que no período homólogo de 2018 e menos 12,7 pontos percentuais do que no primeiro semestre de 2017. “Este facto verifica‑se após uma quebra de 19,3% no volume semestral do transhipment e de acréscimo de 31,8% no tráfego com o hinterland”, explica a AMT.

No que respeita ao movimento de navios, comparativamente ao período de janeiro a junho de 2018, “os seis primeiros meses de 2019 observaram um decréscimo de 2% no número de escalas (5306 escalas) e um aumento no volume de arqueação bruta de 0,1%. Os portos de Viana do Castelo e Sines registaram um crescimento no número de escalas de, respetivamente, 2,9% e 0,9%. “Todos os restantes registaram decréscimos”, refere a AMT. Em termos de fluxos de carga, a variação global observada no movimento portuário no primeiro semestre de 2019 foi negativa para os embarques e desembarques, com quebras de 5,6% e de 2,6%, respetivamente.

A carga contentorizada e a carga fracionada em Leixões e os minérios em Setúbal contribuíram significativamente para o impacto positivo das operações de embarque.  Com impacto negativo nos embarques destacam-se os produtos petrolíferos e a carga contentorizada em Sines (respetivamente, menos 570,7 mil toneladas e menos 497,7 mil toneladas), os outros granéis sólidos em Lisboa (menos 142,7 mil toneladas) e os produtos petrolíferos em Leixões (menos 97,4 mil toneladas), segundo dados da AMT. Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro são os portos que apresentam um perfil de porto “exportador”, registando um volume de carga embarcada superior ao da carga desembarcada. No seu conjunto, estes quatro portos representam uma quota de carga embarcada de 15,1% (e 10,5% destes respeitam a Setúbal).

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