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Mercado de escritórios com quebras de transações em abril

Em Lisboa, o número de negócios caiu para 37 face aos 55 do período homólogo de 2019. Já na cidade do Porto o volume total de absorção registou uma descida de 85%.
18 Maio 2020, 16h10

A pandemia do coronavírus provocou uma quebra no segmento de escritórios no mês de abril. Segundo o estudo publicado pela consultora imobiliária Savills, esta segunda-feira, 18 de maio, na cidade de Lisboa o número de negócios caiu para 37 face aos 55 do período homólogo de 2019.

Ainda assim, ao longo do mês de abril foram transacionados 29.756 m2, três vezes mais que no mesmo período de 2019, para um total acumulado desde janeiro deste ano de 74.690 m2, mais 39% do que em 2019.

Não esquecendo o cenário de pandemia que vivemos atualmente, e cujo efeito se sentirá sobretudo neste segundo trimestre, os números atingidos em abril são positivos, sendo que o baixo número de transações registadas era já expectável dada a situação pandémica atual.

Rodrigo Canas, Associate Director do Departamento de Escritórios da Savills Portugal, explica que “por um lado, o baixo número de transações registado em abril é sinal de um abrandamento não tanto da procura, mas sim da tomada de decisão face à incerteza económica que se vive atualmente”.

Contudo, o responsável salienta que “dada a elevada escassez de espaços disponíveis, a pressão do mercado acaba por levar ao fecho das transações, pelo que o mês de abril não deixou de ser uma imagem fiel do mercado de escritórios lisboeta, em que a procura permanece francamente elevada face à oferta. É de notar a grande dimensão das transações registadas em abril”.

A zona do Corredor Oeste continua a ser aquela que regista a maior dinâmica desde o início do ano, com especial destaque para a zona prime Central Business District (CBD)  já com 6 transações registadas em 2020, como por exemplo, a transação de 16.441 m2 do edifício Monumental, que será ocupado pelo BPI, a maior registada este ano, precisamente na zona 1.

No mês de abril foi verificada a segunda maior transação do ano, através das Natura Towers (zona 7 – outras zonas), num total de 10.406 m2, adquiridas pela Cofidis para ocupação própria.

Porto “não perdeu atratividade”

No mercado de escritórios do Porto, o volume de absorção total em abril foi de 1.564 m2, o que representou uma quebra de 85% de área alocada face ao mesmo mês de 2019.

Contudo, os dados da consultora apontam para um balanço positivo dos primeiros quatro meses do ano com um aumento de 43% do volume total de área de escritórios transacionada face ao período homólogo, fixando-se agora nos 21.013 m2.

A zona de mercado “CBD Boavista” continua a ser mais requisitada, com um total de 6.713 m2, mais 42% face a 2019, tendo sido a única zona, a par das outras localizações fora da cidade do Porto, que registou um crescimento da área transacionada face ao acumulado entre janeiro e abril de 2019.

Um outro sinal positivo do mercado de escritórios do Porto em 2020, é a cada vez maior transação de espaços com mais de 1.500 m2, que entre janeiro e abril de 2020 somaram 17.990 m2, face a apenas 6.938 m2 no mesmo período de 2019.

“O Porto não perdeu a atratividade que tem vindo a ganhar de forma bastante acentuada ao longo dos últimos anos. A retração sentida na alocação de escritórios é temporária e expectável para o momento atual. Veja-se que em Lisboa e noutras cidades europeias, o comportamento tem sido em linha com o das cidades portuguesas, não havendo motivos para alarme”, afirma Rodrigo Canas.

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