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Mercado de grande consumo cresce quase 12% no primeiro semestre

O mercado de grande consumo, que inclui alimentação, bebidas, higiene pessoal e do lar, cresceu, em valor, quase 12% no primeiro semestre, face a 2019, segundo um estudo da Kantar para a Centromarca revelado esta terça-feira.
4 Agosto 2020, 09h15

“Nos primeiros seis meses do ano, o mercado dos ‘Fast Moving Consumer Goods’ (FMCG), que engloba as categorias de alimentação, bebidas, higiene pessoal e higiene do lar, apresentou um crescimento, em valor, de 11,8% face a igual período de 2019”, indicou, em comunicado, a Kantar.

De acordo com o estudo, “se cada lar realizou, durante o primeiro semestre de 2019, 64,6 idas a lojas para a compra de produtos de grande consumo”, nos primeiros seis meses de 2020, verificaram-se menos quatro visitas por lar, um decréscimo compensado por uma progressão de 14% no volume adquirido em cada compra, bem como pelo crescimento de 18,7% no valor gasto.

“Nos primeiros seis meses deste ano, ocorreram menos 15 milhões de ocasiões de compra em FMCG face ao mesmo período do ano passado. O estudo mostra uma redução do número de visitas às lojas e uma duração menor de cada uma dessas idas às compras, mas também a resistência dos alimentos, das bebidas e dos produtos de higiene que registam até algum crescimento”, notou, citado no mesmo documento, a ‘manufacturers sector director’ da Kantar, Marta Santos.

Por sua vez, o consumo fora de casa tem registado um “regresso gradual” associado ao desconfinamento progressivo, verificando-se o crescimento do ‘snacking’ e do consumo de produtos de indulgência, como gelados e algumas bebidas alcoólicas.

Durante o confinamento, verificou-se uma estabilização dos preços médios e o crescimento das vendas em volume e valor, “bastante mais relevante no caso das marcas de distribuidor do que nas marcas de fabricante”.

Conforme explicou a mesma responsável, nos primeiros meses da pandemia de covid-19, não se assistiu a um aumento dos preços, mas a uma redução do número de promoções dos produtos menos vendidos “na fase de maior confinamento”.

Já no que se refere aos locais de compra, os híper e supermercados “perdem algum espaço” para os ‘discounts’ e para o comércio tradicional.

Por sua vez, no ‘online’ as vendas FMCG subiram cerca de 50%, passando a representar, no final do semestre, 3,2% das vendas totais.

“A dinâmica do canal ‘online’ é um dos aspetos que marca mais este semestre e os comportamentos de consumo associados à pandemia, sendo expectável que o crescimento continue a verificar-se no curto/médio prazo. É também interessante avaliar como a ‘performance’ do retalho apresenta altos e baixos, e verificar que alguns operadores relevantes mostram fortes dificuldades neste período, enquanto outros apresentam uma trajetória vencedora nos últimos meses”, considerou, por seu turno, o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel.

Os consumidores avançaram ainda que, nos próximos tempos, pretendem aumentar a compra de produtos locais, recorrer a estabelecimentos mais perto de casa, reduzir o tempo passado dentro das lojas e substituir, sempre que possível, as compras físicas pelas ‘online’.

Este estudo baseou-se no painel de lares de Kantar, com uma amostra de quatro mil lares participantes, representativos de Portugal continental.

Os resultados têm um nível de confiança de 95% e um erro amostral associado de 1,96%.

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