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Mercado financeiro prevê redução 3,34% no PIB brasileiro em 2020

O mercado financeiro voltou a reduzir a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, projetando agora uma queda de 3,34% naquela que é a maior economia sul-americana, em 2020, informou hoje o Banco Central brasileiro.
27 Abril 2020, 21h23

Trata-se da projeção mais baixa que o mercado fez para a economia brasileira este ano, já que a expectativa de corte passou de 2,96% na semana passada para 3,34% hoje, de acordo com o último boletim Focus, que recolhe a opinião de mais de uma centena de instituições financeiras e é divulgado semanalmente pelo Banco Central do país.

Esta é a décima primeira vez consecutiva que o mercado revê em baixa o indicador, confirmando assim os duros efeitos que a pandemia provocada pelo novo coronavírus terá na economia brasileira, que vem registando uma lenta recuperação desde há três anos, após a crise ocorrida em 2015 e 2016, quando o PIB caiu 7%.

Além da nova revisão para 2020, o mercado financeiro reduziu a projeção de crescimento económico de 3,10% para 3% em 2021, mantendo a estimativa de um avanço de 2,50% em 2022.

As expectativas dos analistas para a redução do PIB brasileiro este ano estão abaixo da projeção divulgada pelo Banco Mundial, que prevê retração de 5%, e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que calcula uma queda de um 5,3%.

Por outro lado, embora a maioria das instituições financeiras internacionais aponte para uma recessão severa este ano, o Governo brasileiro projeta um ligeiro crescimento de 0,02%, enquanto que o Banco Central estima uma estagnação completa (0%) para a maior economia da América do Sul.

Após a crise económica de 2015 e 2016, o Brasil confiava que alcançaria uma recuperação mais forte este ano, após o leve crescimento registado nos três anos anteriores (1,3% em 2017, 1,3% em 2018 e 1,1 % em 2019).

No entanto, a emergência sanitária e económica mundial causada pelo novo coronavírus frustrou o otimismo em relação à recuperação no país e os primeiros efeitos da pandemia já foram sentidos, quer na bolsa de valores de São Paulo, quer no mercado de câmbio.

Enquanto a bolsa de valores brasileira caiu cerca de 35% até agora, desde o início do ano, o dólar norte-americano continua a subir exponencialmente no país e já acumula uma valorização de mais de 40% em relação ao real, em 2020.

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