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Mercadona termina 2019 com um investimento superior a 260 milhões de euros em Portugal

Juan Roig, presidente do grupo, anunciou hoje, na inauguração da primeira loja em Portugal, em Gaia, que o grupo espanhol também vai investir na construção de um novo centro logístico nas imediações de Lisboa.
1 Julho 2019, 18h50

Juan Roig, presidente da Mercadona, revelou hoje, na cerimónia da inauguração da primeira loja do grupo de distribuição espanhol em Portugal, em Gaia/Canidelo, que a empresa prevê investir mais de 100 milhões de euros até ao final deste ano Portugal.

Com esta atualização, o investimento da Mercadona em Portugal desde que anunciou este seu primeiro projeto de internacionalização, em 2016, vai superar os 260 milhões de euros até ao final do presente ano, uma vez que no período entre 2016 e 2018 o grupo espanhol investiu no mercado nacional uma verba de 160 milhões de euros.

A Mercadona dispõe neste momento de 900 colaboradores em Portugal, mas pretende encerrar o ano em curso com um total de 1.100 trabalhadores portugueses, um acréscimo de mais 200 profissionais.

A subida dos valores de investimento e de recursos humanos empregados explicam-se pela abertura prevista de mais nove lojas em Portugal no segundo semestre deste ano, todas elas nos distritos do Porto, Braga e Aveiro.

Três dessas novas lojas da Mercadona em Portugal já têm data de abertura agendada, todas elas para este mês: 9 de julho para uma loja em Sousa Aroso, Matosinhos; 16 de julho para Vermoim, Maia; e 23 de julho para Fânzeres, Gondomar.

Até ao final deste ano, serão inauguradas mais seis lojas da Mercadona no norte de Portugal, sem localizações publicamente especificadas.

Grupo investe em centro logístico na área de Lisboa

Mas, além de ter reafirmado a intenção do grupo de abrir mais 10 lojas em Portugal em 2020, e um total de 150 lojas nos próximos anos, num valor de investimento não divulgado, Juan Roig revelou há minutos que um dos próximos passos da implantação do grupo espanhol em Portugal passa pela sua expansão para o sul do país, com “o investimento num novo bloco logístico próximo de Lisboa”, em tudo idêntico ao que o grupo já tem em operação na Póvoa de Varzim, na região norte do país.

Esta é a confirmação de que a Mercadona pretende ter uma cobertura geográfica de âmbito nacional no nosso país e não apenas no norte, embora se saiba que a estratégia do grupo liderado por Juan Roig passa por uma expansão de contágio territorial e não por apostas salpicadas no território, sendo, por isso, de esperar que, a seguir ao distrito de Aveiro até chegar ao distrito de Lisboa e a outras regiões do sul, a Mercadona vá inaugurando outras unidades nos distritos de Coimbra e de Leiria.

“Hoje é um dia histórico para a Mercadona, pois tornamos realidade o nosso sonho de internacionalizar a empresa num país vizinho com o qual temos importantes laços emocionais e culturais, como é o caso de Portugal”, sublinhou hoje Juan Roig na referida cerimónia de inauguração da loja da Mercadona em Canidelo, Gaia.

“A Mercadona é uma empresa portuguesa, de qualidade total, com origem espanhola e sede em Valência”, acentuou ainda o presidente do grupo de distribuição espanhol.

A Mercadona protagoniza a primeira entrada de um grupo de retalho de grande dimensão no mercado nacional no mercado português no espaço de cerca de dez anos e o seu impacto no setor já é antecipado há diversos anos por outros operadores, uma vez que a Mercadona tem a ambição de ter uma cobertura territorial ampla em Portugal e de ser o líder do setor em Espanha, com uma faturação anual superior a 24,3 mil milhões de euros, mais que toda a moderna distribuição alimentar no nosso país.

“A Mercadona sabe que só pode estar em Portugal se estiver muito atenta às necessidades dos consumidores. Este é um mercado sofisticado, altamente concorrencial, com operadores portugueses altamente qualificados”, alertou Pedro Siza Vieira, ministro Adjunto e da Economia, também presente nesta cerimónia de inauguração.

O governante considerou, porém, que “esta é uma data muito importante da nossa economia e do nosso país”, acrescentando que este “é um investimento importante que vai crescer ainda mais nos próximos anos, com uma ambição grande quer em termos de cobertura geográfica, quer em termos de criação de emprego, quer em termos de investimento propriamente dito”.

Por seu turno, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, destacou que “ainda não estavam colocados os primeiros tijolos desta loja já a Mercadona tinha começado a mudar a vida de centenas de crianças” de Gaia, referindo-se ao acordo que o grupo espanhol fez com a autarquia e com o Sport Clube de Canidelo para uma permuta de terreno que permitiu a construção desta primeira loja em Portugal, assim como de um parque desportivo novo para o referido clube.

O autarca assinalou que a Mercadona se assumiu mais como um parceiro do que como um investidor, diferenciando-se “totalmente de uma forma predatória como certas empresas se querem impor no território”.

E Eduardo Rodrigues revelou ainda que ainda estão previstas mais três lojas da Mercadona em Vila Nova de Gaia, sem adiantar pormenores.

Gaia é o terceiro concelho do país em número de habitantes, a seguir a Lisboa e Sintra.

Com a permuta do terreno e construção do parque desportivo, a primeira loja da Mercadona em Portugal exigiu um investimento de cerca de 11,5 milhões de euros, dos quais oito milhões para a loja propriamente dita.

A unidade de Canidelo, que emprega 85 pessoas, respeita o conceito de novas lojas eficientes da Mercadona iniciado no terreno em Espanha em 2016, e de que já existem 400 lojas reformuladas no país vizinho.

A loja tem uma área de vendas de 1.800 metros quadrados, o padrão deste novo modelo de lojas da Mercadona; cerca de seis mil referências, das quais aproximadamente metade são garantidas pelos cerca de 300 fornecedores portugueses que já trabalham com o grupo espanhol; e um parque de estacionamento com 240 lugares.

 

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