A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron estiveram numa chamada por videoconferência com o presidente russo Vladimir Putin, na qual, entre outros assuntos, se abordou a autorização e produção da vacina Sputnik V na União Europeia (UE).
Em comunicado, avançado pelo Eliseu, esta quarta-feira, a vacina russa contra a Covid-19 foi um dos pontos na agenda dos três líderes, com a antevisão do registo do fármaco na UE e a possibilidade de envio e produção conjunta nas nações europeias. Por sua vez, o comunicado do Kremlin não detalha quem levantou o assunto das vacinas.
A conversa surge depois do ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian ter acusado a Rússia de usar a sua vacina como uma ferramenta para espalhar a influência e a mensagem de Moscovo, em vez de a utilizar como forma de combater a crise de saúde global.
A possibilidade de colaboração entre a UE e a Rússia está dependente do avanço das análises da Agência Europeia do Medicamento (EMA). A diretora executiva deste organismo afirmou ao Parlamento Europeu que espera que a vacina seja aprovada para utilização na UE em maio.
“Estamos em processo de avaliação, de organização de inspeções” explicou Emer Cooke, na semana passada, acrescentando esperar que a vacina russa seja “válida, para se junte às que estão já disponíveis para a população europeia”. Ou seja, é preciso obter autorização a nível europeu “com base nos mesmos padrões de segurança, qualidade e eficácia que aplicamos a todas as vacinas”.
Na semana passada, o Governo alemão já se tinha mostrado disponível para usar a vacina Sputnik V quando recebesse a ‘luz verde’ do regulador europeu. Para já, o fármaco russo será apenas a ser produzido em Itália, a partir de julho, segundo anunciava a Câmara de Comércio Itália-Rússia.
A vacinação na Europa tem sido atrasada pela falta de vacinas, situação que deverá mudar nos próximos meses de Abril, Maio e Junho com a chegada de 300 milhões de doses das vacinas da Pfizer/BioNTech, Moderna, Johnson & Johnson e AstraZeneca.
A conversa entre os três líderes mundiais abordou temas relacionados com a saúde, mas também outros, de interesse internacional, como o tratamento de Alexei Navalny e a situação na Bielorrússia, Líbia e Irão
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