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Mesmo que “tenha de pagar do seu bolso”, Altice Portugal diz assegurar SIRESP durante o verão

“A Altice Portugal, que fique claro, não negoceia nacionalizações, nem em Portugal, nem em qualquer parte do mundo. O que manifestámos foi uma disponibilidade para equacionar aquilo que é a alienação da nossa participação no SIRESP”, afirmou o CEO da operadora, Alexandre Fonseca, contrariando o que o primeiro-ministro António Costa já tinha admitido.
30 Maio 2019, 19h11

Um dia depois de a Altice Portugal ter emitido um comunicado rejeitando qualquer responsabilização se o sinal do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) for desligado, o seu presidente executivo, Alexandre Fonseca, garantiu esta quinta-feira a atividade do SIRESP durante o verão.

“Nem que para isso a Altice Portugal tenha que pagar do seu bolso o investimento e os custos associados para manter esta rede a funcionar”, afirmou o CEO da operadora de telecomunicações junto da comunicação social, à margem da terceira edição do Portugal Air Summit, em Ponte de Sor, na qual foi um dos oradores convidados.

“O que a SIRESP S.A e a Altice como fornecedora pode garantir é que, no que depender de nós, a redundância [do sistema, no período mais crítico dos incêndios] vai estar ativa durante o verão e vamos garantir o funcionamento”, acrescentou.

A posição de Alexandre Fonseca surgiu um dia depois de a telecom ter emitido um comunicado – em resposta ao debate na Assembleia da República sobre o SIRESP – comprometendo-se a garantir os serviços de rede necessários à segurança das populações e, em simultâneo, rejeitando qualquer responsabilização se o sinal do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).

“A Altice Portugal não é nem será responsável por um eventual desligamento do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal”, podia ler-se no comunicado.

O debate, que tinha sido agendado pelo Bloco de Esquerda (BE), surgiu depois de o Governo ter admitido que negociava a compra da rede com a Altice e com a Motorola. Essa negociação foi revelada depois de ter sido noticiado que caso o Governo não salde a dívida que tem com a SIRESP S.A, detentora das infraestruturas SIRESP, que rondará os 12 milhões de euros, a empresa desligará o sinal dos satélites do sistema que funcionam como alternativa e assegura a transmissão das comunicações em caso de falha de outros meios.

A SIRESP S.A é detida em 52,1% pela PT Móveis (Altice Portugal), 33% pela Parvalorem (Estado) e 14,9% pela Motorola Solutions.

“Acreditamos, uma vez mais, que a palavra daqueles que se comprometerem pessoalmente com o ressarcimento deste investimento vão cumprir essa palavra, vão ser pessoas de bem e honradas e vamos receber, com certeza, aquilo que é devido, a seu tempo”, prosseguiu Alexandre Fonseca nas suas afirmações aos jornalistas, em Ponte Sor.

E tal como o Jornal Económico tinha noticiado em 23 de maio, o gestor voltou a defender a ideia de que “a bola está do lado do Governo há algumas semanas”.

Sentido a necessidade de esclarecer a possibilidade de uma nacionalização da SIRESP S.A – que o primeiro-ministro António Costa chegou a admitir – Alexandre Fonseca explicou: “A Altice Portugal, que fique claro, não negoceia nacionalizações, nem em Portugal, nem em qualquer parte do mundo. O que manifestámos foi uma disponibilidade para equacionar aquilo que é a alienação da nossa participação no SIRESP, dentro de condições que sejam justas e também com o outro acionista privado envolvido (Motorola) e na mesma perspetiva. Esta é a negociação que está a acontecer neste momento”.

A Motorola fez saber recentemente que ainda não recebeu qualquer proposta do Governo.

 

 

 

 

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