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Metade do crédito a empresas em risco de incumprimento estava em moratória no final de 2020

Os empréstimos a empresas sob moratória e classificados em ‘stage 2’ aumentaram de forma significativa no último trimestre de 2020 face ao trimestre anterior, de acordo com o Banco de Portugal
21 Junho 2021, 15h53

“As instituições financeiras deverão continuar a monitorizar o risco de crédito das empresas, em particular no crédito em moratória”, revela o Relatório de Estabilidade Financeira de junho de 2021, divulgado esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP)

Não é de estranhar que o risco de crédito das empresas tenha aumentado com a crise pandémica, sobretudo e de forma mais acentuada no sector do alojamento e restauração.

Alcançando um pico em abril de 2020, o risco de crédito tem-se reduzido de forma gradual. No entanto, “e com referência a fevereiro de 2021, este risco era ainda superior ao estimado na ausência de crise pandémica”.

O Governador do BdP, Mário Centeno, realçou que 145 mil empresas tiveram algum tipo de apoio (do Estado e bancos), o que representa 32% das empresas e que são responsáveis por 60% do emprego.

O BdP revelou que 50 mil empresas têm crédito em moratória.

Em abril de 2021, cerca de um terço (31,1%) dos empréstimos bancários a empresas estavam em moratória, ou seja, 23,2 mil milhões de euros.

Os empréstimos a empresas sob moratória e classificados em stage 2 (em risco de incumprimento) aumentaram de forma significativa no último trimestre de 2020 face ao trimestre anterior.

No segmento das empresas cerca de metade dos empréstimos em stage 2 estava em moratória.

“O montante bruto de empréstimos em stage 2 aumentou 21,6% em 2020 (52,5% no segmento das empresas), sobretudo no quarto trimestre do ano”, revela o relatório. Esta evolução traduziu-se num aumento da proporção de empréstimos em stage 2, para 11,2% (18,6% no segmento das empresas), refletindo uma subida do risco de crédito percecionado pelos bancos”.

O rácio de empréstimos (no total) em moratória classificados em stage 2 aumentou para 25% no último trimestre de 2020, situando-se bastante acima do rácio correspondente para a totalidade dos empréstimos”, refere ainda o Relatório de Estabilidade Financeira que acrescenta que o rácio de NPL (malparado) bruto dos empréstimos em moratória situou-se em 7,2% (10,6% para o caso das empresas).

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