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Migrações: Merkel discute com Lukashenko crise na fronteira polaco-bielorrussa

Sem adiantar pormenores, a agência noticiosa bielorrussa referiu que demorou 50 minutos a conversa, a primeira entre Lukashenko e um governante europeu desde a repressão de um movimento de contestação após a sua reeleição contestada em agosto de 2020.
  • REUTERS/ALEXANDROS AVRAMIDIS
15 Novembro 2021, 20h36

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e a chanceler alemã, Angela Merkel, discutiram estas egunda-feira por telefone a questão da crise migratória na fronteira polaco-bielorrussa, que Bruxelas acusa Minsk de ter orquestrado, indicou a agência noticiosa Belta.

Sem adiantar pormenores, a agência noticiosa bielorrussa referiu que demorou 50 minutos a conversa, a primeira entre Lukashenko e um governante europeu desde a repressão de um movimento de contestação após a sua reeleição contestada em agosto de 2020.

A conversa telefónica surgiu depois de a União Europeia (UE) ter anunciado hoje, dia 15 de novembro, que vai aprovar “nos próximos dias” novas sanções contra o regime de Lukashenko.

Por outro lado, também esta segunda-feira, numa conferência de imprensa, em Berlim, o porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert, defendeu que os migrantes retidos na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia devem ser transportados de volta para os países de origem e descartou um possível acolhimento na Alemanha.

“O que deve acontecer é os migrantes, com o apoio das suas respetivas autoridades nacionais, serem devolvidos em segurança aos seus países de origem. Estamos contentes por isso ser posto em prática, em casos isolados ou se ocorrer em grande escala”, acrescentou Seibert, referindo-se ao anúncio do Governo iraquiano de que iria providenciar um voo de repatriamento desde a Bielorrússia, sublinhou Seibert.

Quando questionado sobre o que acontecerá aos migrantes pelos quais os seus governos não se querem responsabilizar, Seibert explicou que, neste momento, as autoridades alemãs não estão a ponderar esse cenário.

Segundo as autoridades polacas, milhares de pessoas estão acampadas na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia, a maioria oriundas do Iraque, Síria e Iémen.

Falando aos jornalistas antes da conversa telefónica entre Merkel e Lukashenko, Seibert referiu-se de forma abonatória a idêntico contacto entre o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Vladimir Makei.

Na semana passada, Merkel falou com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e pediu ao líder russo, um reconhecido aliado do regime de Minsk, para intervir na situação da fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia.

Bruxelas acusa Minsk de, ao fornecer vistos aos migrantes, orquestrar o fluxo de refugiados para a fronteira com a Polónia, limite externo da UE, para se vingar das precedentes sanções ocidentais ligadas à repressão das manifestações em 2020.

Entre duas a três mil pessoas, muitas delas do Curdistão iraquiano e dezenas de crianças, estão bloqueadas em condições climatéricas adversas ao longo da fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia.

Putin, principal aliado de Lukashenko, convidou repetidamente os líderes europeus nos últimos dias para discutirem diretamente com Minsk para resolver a crise.

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