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Miguel Frasquilho: Portugal como porta para a lusofonia

O presidente do conselho de administração da TAP diz que a China percebeu que o papel de Portugal pode ser fundamental na ligação aos países lusófonos. “Não há outro país no mundo que tenha a relação com a comunidade dos países de língua portuguesa como Portugal”, sustenta.
12 Junho 2018, 09h20

O presidente do conselho de administração da TAP Air Portugal, Miguel Frasquilho, considera que as ligações aéreas são sempre um fator de aproximação, cultural, mas também económico. E acredita que a ligação direta à República Popular da China – que está a ser reforçada – será exemplo disso mesmo. Até porque do lado de Pequim também existirá a perceção de Portugal é uma porta de entrada para a lusofonia.

“As ligações aéreas aproximam sempre as relações económicas, as relações comerciais, as relações culturais”, afirma Miguel Frasquilho, em entrevista ao Jornal Económico sobre a relação da transportadora aérea portuguesa coma  China. E exemplifica com o que aconteceu na relação com o Dubai: “Quando a Emirates passou a voar entre o Dubai e Lisboa isso fez com que três ou quatro anos depois os Emirados Árabes Unidos se tivessem tornado o principal parceiro comercial de Portugal na região do Golfo [Pérsico], ultrapassando a Arábia Saudita”.

“Penso que estamos num dealbar de um aprofundamento grande a todos os níveis entre Portugal e a República Popular da China. Até porque eu penso que a forma recíproca como esta relação é vista, é muito positiva”, diz, acrescentando o papel que Macau desempenha. “Macau tem sempre um papel fundamental do aprofundamento das relações entre Portugal e a China e Portugal é membro do fórum para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, que é conhecido por Fórum Macau. Portanto é essa a relação principal e daqui percebe-se a importância que a China dá a Macau quando coloca o Fórum Macau como o pivô da relação entre a República Popular da China e os países de língua portuguesa. Há muitas iniciativas que ocorreram em países de língua portuguesa do Fórum Macau”.

Claramente, Portugal é visto, assim, como uma ponte, uma ligação para o mundo da lusofonia, por parte da China, que tem interesses em diversos países de língua oficial portugusa. “Há uma relação muito forte com Angola, com Moçambique. Mesmo em países com uma dimensão mais pequena como a Guiné Bissau e Cabo Verde e há agora uma relação que se está a iniciar com São Tomé. Penso que a República Popular da China não só tem interesse nisso como percebeu o papel de Portugal pode ser fundamental nesta ligação”, diz Frasquilho. “Não há outro países do mundo, isto sem querer assumir qualquer papel paternalista, ou coisa nenhuma. É um papel de proximidade, é um papel de amizade, é um papel histórico economicamente, culturalmente, etc. Não há nenhum país que tenha a relação com a comunidade dos países de língua portuguesa como Portugal”, sustenta o presidente do conselhode administraçãod a TAP. “E a República Popular da China percebeu isso e é também um incentivador desta relação que é importante para as duas partes. E para os próprios países de língua portuguesa porque o facto de poderem ser estabelecidas entre Portugal e a China no que toca, por exemplo, a parcerias nesses países, é muito interessante para todas as partes, porque as probabilidades de haver sucesso são maiores do que senão acontecesse assim”, conclui.

 

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