[weglot_switcher]

‘Millennials’ portugueses procuram estabilidade

Com o desemprego a pressionar a Europa, os jovens portugueses são, ainda assim, dos mais abertos à mudança de residência por razões profissionais.
15 Abril 2018, 15h00

Cerca de 64% dos Millennials portugueses revela fazer da procura por estabilidade profissional a sua prioridade, sendo esta a maior taxa registada entre os 17 países onde foi realizado o inquérito do Observador Cetelem Consumo 2018.

Segundo este estudo, estes números poderão ser explicados pela crise e, em especial, o desemprego que “parecem ter deixado marcas profundas nos Millennials portugueses”.

Apesar de estarem otimistas com o país e com a sua situação pessoal, a maior parte considera que o seu poder de compra se manteve estável e, por esta razão, não tencionam aumentar os seus gastos até ao fim do ano.

Colocados no início da sua vida ativa, os Millennials europeus fazem da estabilidade profissional uma das suas principais prioridades, com 50% a expressarem-no como importante. Os resultados evidenciam uma correlação relativa entre este “valor” e a taxa de desemprego. Quanto mais elevada a taxa, mais os Millennials europeus estão empenhados em ter um emprego a longo prazo. É esse, designadamente, o caso de Espanha e Portugal (61% e 64%), por oposição à Suécia e à Grã-Bretanha (36% e 43%).

Por outro lado, e apesar dos portugueses serem dos europeus menos resistentes à mudança de residência, como mostram dados recentes do Eurostat, muitos gostariam de aproveitar mais a companhia da família e amigos. Este é mesmo o segundo elemento que consideram mais importantes para a sua vida (53%) o que parece por em evidência uma geração dividida entre a vontade de permanecer junto dos que lhes são mais próximos e a necessidade de encontrar um trabalho estável e que lhes ofereça boas condições de vida.

Apesar de estarem otimistas com o país e com a sua situação pessoal, 42% diriam que o seu poder de compra se manteve estável, 34% que aumentou e 25% que diminuiu. Por outro lado, 72% consideram que os preços aumentaram significativamente no último ano. E, talvez por estas razões, 55% não tencionem aumentar os seus gastos até ao fim do ano.

“Objetivos de carreira ou gosto em estar com aqueles que lhe são mais próximos são, afinal, características que se aplicam a todos em geral, sem descurar faixas etárias. Naturalmente, esse desiderato verifica-se mais junto daqueles que vivenciaram as situações de crise dos seus países, em especial no início da década, como os Millennials. Apesar do otimismo, parecem sinalizar que as melhorias ainda não suficientes para que a sua confiança na economia se materialize de forma mais expressiva”, sublinha Pedro Camarinha, Diretor Distribuição do Cetelem.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.